Caetés vista a partir da Serra de Frei Damião |
Melhores índices estão presentes na Região Metropolitana do Recife.
Dados de uma pesquisa realizada por uma consultoria apontam que Pernambuco está em 19º no ranking nacional do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal. Entre as piores cidades, está o município de Caetés, no Agreste do estado. A cidade tem quase 27 mil habitantes, mas a população ainda utiliza o pau de arara como meio de locomoção, inclusive no transporte de crianças até a escola.
Em Pernambuco, as outras cidades com menores índices são: Poção, Buíque, Águas Belas, Lagoa do Ouro, Inajá, Tupanatinga, Itaíba, Jurema e Manari.
Segundo os moradores de Caetés, são muitos os problemas na cidade. O aposentado Manoel Pereira aponta que faltam médicos. "O meu filho levou minha neta para o hospital e não tinha médico. Foi preciso levá-la para Capoeiras", afirma. De acordo com a funcionária pública, Elisângela Silva, também faltam empregos na cidade. "Seria necessário a implantação de uma empresa grande que pudesse suprir as necessidades dos moradores, principalmente dos jovens", explica.
Um outro problema em Caetés é a falta de água. Por causa da seca, o pouco que restou não é suficiente para os moradores. A desempregada Lucineide Ferreira não tem água em casa. Ela precisa levar as roupas para lavar na casa da sogra. Já a dona de casa, Cremilda Passos, relata a falta de infraestrutura do local onde vive. "Calçamento não tem. O esgoto estourado tem odor muito grande", conta.
Os municípios com os melhores índices estão localizados na Região Metropolitana do Recife. Segundo o cientista político, Marconi Aurélio, é nesta área que estão concentrados os investimentos. "Há uma grande concentração de dinheiro que veio para investimento no estado. Outros municípios no interior tiveram muitas dificuldades e isso se agravou, por exemplo, com situações que conhecemos, como a seca que desimou rebanhos nos últimos anos, como também a redução de produtividade na agricultura do nosso Estado. Isso gera um atraso do interior para com a capital", detalha.
De acordo com Marconi Aurélio, para mudar essa realidade é preciso um melhor planejamento por parte dos governantes. "Deve haver um grande planejamento regional de distribuição de oportunidades, uma descentralização. A partir desse planejamento deve haver uma série de iniciativas que não dependem só do poder público. A iniciativa privada tem um papel importante, assim como as instituições de ensino e pesquisa nas áreas de ciência e tecnologia", complementa.
G1/Caruaru