Para a médica neurologista e coordenadora da Linha de Cuidados em Neurologia da SES-PE, Ana Dolores Nascimento, embora boa parte da população já tenha ouvido falar em AVC, conhecido também como derrame, as pessoas ainda não sabem identificar os sintomas nem o que fazer com um paciente. “As pessoas precisam muito saber que o AVC é uma doença que tem tratamento, mas que os pacientes precisam chegar muito rápido ao hospital. Quanto mais rápido chegar, maior a chance de sair com menor número de sequelas”, afirma Ana Dolores, que também é coordenadora da Unidade de AVC do Hospital da Restauração, no Recife.
“As pessoas também precisam identificar os sintomas do AVC, que são a fala embolada, a boca torta, dificuldade para falar, um braço fraco, perna fraca, que acontecem de maneira súbita. Se apresentar um desses sintomas, o paciente precisa ir rapidamente para uma UPA ou hospital, para serem levados a um serviço de referência”, complementa a médica.
TIPOS DE AVC - Há dois tipos de acidente vascular cerebral, sendo o mais comum o isquêmico, responsável por 85% dos casos. É caracterizado pela obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de sangue e, consequentemente, oxigênio para células cerebrais.
"No AVC isquêmico, temos uma janela de 4 horas e meia após o início dos sintomas para fazer a trombólise intravenosa, medicamento que age para dissolver o coágulo sanguíneo e fazer o sangue voltar a circular, evitando que haja a morte dos neurônios", explica o neurologista Luis Felippe Barros, que atua no Hospital Pelópidas Silveira.
Já o AVC hemorrágico ocorre quando um vaso sanguíneo cerebral se rompe, causando hemorragia no tecido cerebral ou entre o cérebro e a membrana que o envolve. De acordo com Luis Fellipe, na maioria dos casos, o controle da pressão é a principal medida, ação realizada em conjunto com a equipe de cardiologia. Uma neurocirurgia também pode ser necessária.
REDE DE ATENDIMENTO - Pernambuco conta atualmente com três unidades de referência para tratamento do AVC isquêmico: Hospital da Restauração, no Recife; Hospital Pelópidas Silveira, na BR 232, no Curado (Recife); Hospital Eduardo Campos, em Serra Talhada.
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