“É a feira livre que chegou para ficar, mesmo que a gente mude ela nunca vai mudar”, diz o verso da música composta por Roberto Tenório em homenagem a Feira Livre de Capoeiras. Mas, a nossa feira livre esta mudando: em algumas “bancas” já é possível pagar as compras com o cartão de credito. É efeito dessa tal modernidade.
Capoeiras continua tendo uma das maiores feiras livres de Pernambuco, mesmo o nosso comercio de rua tendo perdido muitos dos seus consumidores para o conforto e a beleza proporcionado pelas lojas e supermercados. Algumas pessoas dizem que a feira livre esta enfraquecida e que falta incentivos para reerguê-la; outras, culpam a modernidade como causa do seu enfraquecimento e, acreditam ser este um caminho sem volta. Nesses novos tempos, os feirantes se rendem a modernidade do chamado “dinheiro de plástico”, e aos trancos e barrancos um dos símbolos da nossa identidade cultural insiste e vai resistindo.
Enfraquecida ou não, todas às sextas-feiras, a feira livre de Capoeiras continua sendo um ponto de encontro para as pessoas comprarem e venderem; e para muitas, o único lugar que têm para passear.
Capoeiras ainda conserva a típica feira livre do interior, onde é possível encontrar vestidos rodados, trancelins e presilhas para enfeitar moças faceiras; a beleza dos artesanatos; as saborosas comidas típicas e a musicalidade nordestinas. Encontra o famoso “homem da cobra” com sua fala tentando convencer os matutos a comprarem um “santo” remédio. Onde há gente que se imagina sabido, querendo enganar os bestas; onde se vê matuto autentico e, os que já se contaminaram pela cultura da periferia de grandes cidades do sul do país.
Ah! A feira livre da minha Capoeiras...
Fotos: 1 - Uma das barracas que aceita cartão de crédito; 2 - Barraca com apetrechos artesanais em couro.
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