Boletim climático foi apresentado em reunião entre especialistas em Maceió.
Probabilidade de haver chuvas abaixo do normal é de 45%, diz estudo.
A situação extrema de seca deve perdurar no chamado Setor Leste do Nordeste, que vai do Rio Grande do Norte à Bahia, pelos próximos três meses, de acordo com um estudo apresentado na manhã desta sexta-feira (20) em uma reunião entre especialistas em meteorologia no Palácio do Governo, em Maceió.
O boletim da Quadra Chuvosa, que compreende os meses de abril, maio, junho e julho, foi elaborado na Reunião de Análise e Previsão Climática que acontece mensalmente e reúne meteorologistas de todo o Brasil. Eles levam em consideração as condições regionais da pluviometria e globais dos oceanos e da atmosfera.
A probabilidade de chuva acima da média para a região Leste do Nordeste é de apenas 20%. Para chuvas dentro do esperado, estima-se a probabilidade de 35%. Porém, as previsões não são animadoras quando se fala na possibilidade de chover abaixo da média, 45%.
De acordo com Ariane Frassoni, representante do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos e Instituto Espacial de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE), esta é a estiagem mais longa do século, mas não a pior em relação à ausência de chuvas.
"Apesar das previsões de que as chuvas continuem abaixo da média, não se descarta episódios de chuva intensa decorrente da atuação de distúrbios ondulatórios de leste", ressalta Ariane.
De acordo com o meteorologista da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Alagoas, Emanuel Teixeira, ainda que chova, será um fenômeno isolado. "As chuvas se concentrarão nos Litorais e Zona da Mata, o Sertão e Agreste não devem acompanhar esse quadro", disse.
Dados preocupantes
Os dados foram recebidos com preocupação pelo meteorologista de Pernambuco, Thiago Luiz Bezerra. "A principal questão é que já encerrou o período chuvoso do sertão de pernambuco e não terá mais quantidade significativa de chuva para repor as águas das barragens. Essa previsão pessimista também deve prejudicar nosso Agreste", afirmou.
G1/Pernambuco