"Símbolo de um novo Brasil". É com epítetos desse naipe que a revista americana Time explica a inclusão, em sua tradicional edição de 100 personalidades mais influentes do mundo, do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. Ele está no grupo dos "Pioneiros". Outro brasileiro a figurar entre os
100 mais influentes é o chef Alex Atala, no rol de "Artistas".
Para a Time, Barbosa é "um orgulho para os brasileiros". No perfil dele, lembra-se sua infância pobre. "Um dos oito filhos de um pedreiro, Barbosa trabalhou como faxineiro e tipógrafo no Senado para se sustentar durante a faculdade de direito." A Time mostra também que Barbosa foi nomeado pelo Luiz Inácio Lula da Silva em 2003 para STF e que, para a revista, é um juiz independente, pois participou da condenação de políticos próximos ao ex-presidente no ano passado, referindo-se a José Dirceu e outros petistas, réus no escândalo do mensalão.
“Em face de uma longa tradição de corrupção tolerada judicialmente, ele (Barbosa) supervisionou um julgamento histórico envolvendo um esquema de U$ 35 milhões em compra de votos que, no ano passado, condenou muitos dos colaboradores mais próximos de Lula”, disse o artigo sobre o ministro.
A revista destaca também, para justificar a presença de Barbosa entre os "pioneiros", que sua imagem foi comprada pelos brasileiros na forma de milhares de máscaras de carnaval. No entanto, as máscaras de Barbosa encalharam nas prateleiras das lojas de fantasias e adereços, acarretando prejuízos para os fabricantes. No momento, Barbosa enfrenta a oposição de muitos de seus pares. No STF, sua posição de limitar o tempo de defesa dos condenados na AP 470 foi derrotada por oito votos contra um. O magistrado também enfrenta problemas no Conselho Nacional de Justiça, onde fez um discurso considerado agressivo por colegas juízes e advogados.
A revista também cita o doutorado que Barbosa fez na Universidade Sorbonne na França e a sua atuação como professor do Instituto de Direito da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, além de ter aprendido quatro línguas estrangeiras. O perfil de Barbosa foi feito por Sarah Cleveland, professor de direito da Universidade de Columbia.
Brasil 247
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