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terça-feira, 9 de abril de 2013

Capoeiras, um orgulho e uma vergonha


"Este texto é um comentário escrito por um leitor anônimo do blog, na postagem: “Estudante capoeirense é selecionada para intercambio no programa Ganhe o Mundo”. O título da postagem, eu que coloquei".
Praça João Borrego

Comentário:
Curiosamente o tempo passou e nem nos damos conta de o quão rápido isso acontece, no meu caso já
foram muitos anos.

Passa o tempo e tenho tanto orgulho desta cidade que sinto vergonha de me envergonhar, lembro-me da fala de minha mãe me dizendo ainda criança que: "quando Frei Damião veio aqui pela primeira vez perguntou a nosso representante religioso o nome de nossa cidade, tendo o mesmo respondido, o nome da cidade é Capoeiras, sendo assim, o inesquecível capuchinho responde que Capoeiras de capoeiras não passará", apenas um mato rasteiro que nada habita, por muito tempo em tempos de seca.

Vejo ainda hoje em meio tanta seca algumas flores desabrocharem, tanto futuro em tão poucas crianças que não se rendem ao álcool e outras drogas, enfim, lembro que em meio à seca sempre percebi que não nasci para ser gado e sim para ser fazendeiro, não eu tenha o dom da pecuária, cultivo apenas os sonhos regando com livros. 

Lembro-me de um dia no CMC onde ainda era Diretor o Sr. Emanoel, nessa época um senhor chegou a minha sala (aquela que fica a esquerda do banheiro também da esquerda próximo ao que a gente chamava de altar, ao muito escondida com aquele bequinho, ah muitas lembranças boas, lá tinha tive os melhores amigos e algumas paixões de adolescência, bom não me arrependo de nada) sei que aquele homem alto que chegou apenas estava frequentando a sua antiga escola, naquela época ele já tinha um curso superior e trabalhava na área, curiosamente um pensamento me tomou até hoje, penso que homens como aqueles não deveriam voltar na sua antiga escolar para matar a saudade, e sim, deveriam ser convidados para plantar sonhos nas mentes de nossos jovens, sonhos de grandes Hércules, meio humanos por sua sensibilidade e meio deuses por seus conhecimentos que encantam e fascinam. 

Sempre que escrevo algo neste blog, inicialmente penso em fazer críticas ferrenhas e duras, mas quando meus dedos tocam o teclado meu coração começa palpitar e não me contenho em falar da época em que vivi nesta cidade, sei que entre palavras escritas e palavras apagadas, por fim, acabo de forma boba falando muito sério.

Ah, tem a parte que me envergonho: 
Me envergonho ao ver que uma matéria que poderia mudar a vida de muitos jovens vira apenas mais uma página neste blog passando despercebida aos olhos dos ignorantes, enquanto as matérias que falam de política fervem de pessoas com pouca vergonha, que não deixam de se agredirem como se fosse um dia de almoço no inferno e apenas um pé de galinha roído está na mesa. 

Espero que um dia também volte a está cidade e visite as escolas por onde passei para encantar alguns jovens que ainda sonham em mudar o mundo, como aquele Sr. o fez mesmo sem saber, mas tenho dúvidas quanto a essa volta, acho que voltarei lá um dia, mas meu orgulho me diz que não se deve visitar casas das quais não somos convidados. 

Então esperarei um dia, tantos como eu formarem um exercito de pessoas de bom senso, bom gosto e cultura, talvez em um 7 de Setembro quando as maiores referências forem os jovem e seus sonhos, intelectuais e não apenas pessoas ligadas a politicagem ou qualquer outra droga alucinógena que entorpece os sentidos nos tornando apenas zumbis. 

Apenas o bom e cada vez mais velho Anônimo. 

*Sobre o ultimo texto comentado pelo Ilmo. Roberto Almeida não me identifico porque espero que jovens se vejam em meu mundo com as belezas de um sonho. Humanos possuem muitas falhas e os jovens não precisam das experiências ruins para crescerem. Anonimato não existe.

2 comentários:

  1. Anônimo4/11/2013

    Muito bom texto, continue escrevendo e amando esta terra, e pensando em fazer algo por ela. Fico feliz em saber que pelo CMC passaram pessoas como você e acredito que outros também compartilham com suas posições. Arriscaria dizer quem escreveu este comentário?
    Quanto ao professor Emanuel continua em Garanhuns a espera da aposentadoria.

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  2. Anônimo4/12/2013

    Lindo texto, belíssimo comentário! Não poderia ter passado desapercebido a meus olhos. Parabéns pelas belas palavras e peça maneira tão doce de escrever.

    "Vejo ainda hoje em meio tanta seca algumas flores desabrocharem, tanto futuro em tão poucas crianças que não se rendem ao álcool e outras drogas, enfim, lembro que em meio à seca sempre percebi que não nasci para ser gado e sim para ser fazendeiro, não eu tenha o dom da pecuária, cultivo apenas os sonhos regando com livros. "

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