Por Altamir Pinheiro
Redundantemente, o filme EPIDEMIA é mais um daqueles que envolve epidemias, pragas e contágios com vírus letais, contudo a diferença é que apesar do drama, suspense ou ficção temos boas cenas de ação. Com um elenco espetacular de monstros sagrados da cinematografia atual, o filme é do ano de 1995, com premiados atores, e um roteiro bem apresentado. Morgan Freeman e Dustin Hoffman comandam de forma excepcional o longa. Dando pouco espaço para Kevin Spacey e Cuba Gooding Jr. Rene Russo se apresentava em ótimos filmes na época. Nesse aqui, não é diferente. Linda atriz. Em que pese alguns exageros fantasmagóricos, é um dos melhores filmes já feito sobre o tema que nos dias atuais possui uma denominação equivalente ao COVID-19. Tem uma duração desnecessariamente estendida (130 minutos) pra uma estória que poderia ser contada em menos tempo.
A sinopse do filme retrata sobre um tal de vírus por nome de MOTOBA de origem africana totalmente desconhecido. Mas extermina toda uma população e os animais de uma pequena tribo do continente negro. Convocados pelo exército americano para investigar a situação, o Dr. Sam Daniels (Dustin Hoffman) e sua equipe estão frente a frente com uma nova e perigosa doença. Um macaco, portador do vírus, é contrabandeado para a pequena cidade americana e contamina um jovem. Em pouco tempo, a doença começa a mostrar sinais de que está se espalhando a uma velocidade assustadora. Ao lado de sua ex-mulher, Dra. Robby Keough, o Dr. Sam Daniels luta contra o tempo para descobrir um antídoto... Enfrentando a resistência do General Billy Ford (Morgan Freeman), e as tropas armadas de McClintock que invadiram a cidade para esconder um terrível segredo militar.
Como sempre, filmes de epidemias tratados de forma hollywoodiana são bastante conhecidos em razão dos seus clichês típicos da época tendo como voluntários principais médicos ou militares. Pra variar, a trama se desenvolve através de conspirações do gênero, como as forças armadas americanas tentam a todo custo manter o velho segredo de epidemia em massa debaixo de sete capas. Na época que o filme EPIDEMIA foi lançado, o mundo estava no auge do EBOLA Por isso foi muito impactante na ocasião, apesar da conspiração militar manter uma boa dose de exagero, quem rever o filme no ano do coronavírus, se desloca um pouco da realidade que estamos vivendo, também por outros filmes com a mesma temática, mas realizados com mais precisão. Trazendo o tema para os dias atuais, como entretenimento é um reflexo assustador pois tem todos os clichês possíveis daquela babaquice esquizofrênica dos corredores hospitalares dos Estados Unidos. Ou seja, conspiração, família em perigo, herói idealista e improvável solução imediata.
Com um elenco de peso, o filme Epidemia entrega o que o telespectador quer!!! Com direito a mostrar a crueldade de alguns seres humanos maldosos e egocêntricos, que em nome de esconder uma pandemia, aceitam dizimar vidas inocentes. Para quem tem embasamento científico ou um pouco de conhecimento biológico é um excelente filme, muito bem feito em questões de "VIDA REAL DOS TEMPOS DO CORONAVÍRUS", sem cenas gritantes aos olhos que fogem da realidade. A história possui altos e baixos, misturas com drama/crítica social, mas é o que, de um modo geral, o público considera mais perto da realidade com relação à epidemia. Na verdade é um filme cheio de adrenalina. Epidemia, do diretor Wolfgang Petersen é bem pensado; cada papel coadjuvante conduz a linha principal da trama, tem seu próprio peso e se estende a uma mitologia de divisão nacional e reconciliação entre classes, raças e gêneros, RECOMENDO-O!!!