Por Altamir Pinheiro
Caiu por quê?! Por que caiu?! Quem a derrubou, hein?! A INTERNET, claro!!! As redes sociais, ora bolas!!! A propósito, em que pese ter sido um beneficiário emérito da chamada grande imprensa, o metalúrgico Lula, hoje, o eterno ministro da Casa Civil SUB JUDICE, pecou por excesso de arrogância nesses últimos dez anos, por chacoalhar e meter a ripa na imprensa sem dó nem piedade nessa mesma imprensa que tanto lhe estendeu à mão. Magoado, ou até quem sabe, se achando o rei da cocada preta, o ex-presidente desdenhou e muito dos meios de comunicação sem medir as consequências nem muito menos se dar conta que estava tascando a mão em um buliçoso vespeiro chamado imprensa. Alega-se isso em razão de, em países que seu povo convive em saudável estado democrático de direito, a tal imprensa é considerada como o “QUARTO PODER” da República e revoguem-se as disposições em contrário.
Se já não bastasse a imprensa, outros itens primordiais também contribuíram para apressar à queda da presidente. Entre tantos, houve um destaque maior do bolsa família, programa pago indevidamente(sem lastros) pelos bancos estatais, PIVOR DAS PEDALADAS FISCAIS e peça jurídica vital que abrira as porteiras para Miguel Reale Jr., Hélio Bicudo e Janaína Paschoal, que protocolaram um pedido de impeachment na câmara dos deputados. Justamente aquele mecanismo que teve participação efetiva elegendo-a em duas oportunidades, principalmente àqueles eleitores beneficiários localizados no Semiárido nordestino, Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais e os eleitores de classes menos favorecidas, geralmente, moradores das periferias dos grandes centros populacionais.
Desde quando fora eleita pela primeira vez, em 2010, a presidente Dilma Vana Rousseff sempre se comportou, bovinamente, como carta fora do baralho pelos caciques do PT e dos partidos que faziam parte de um ajuntamento político em torno daquele aglomerado de siglas. Dilma foi apenas instrumento de permanência de poder lá no planalto. A preocupação do PT nunca foi com Dilma, mas com um projeto de governo, um projeto de poder. Todas as atenções do BUNKER do PT sempre estiveram voltadas para o Lula e jamais para a presidente eleita. Na reta final do impeachment, Dilma, isolada, parecia mais um ônibus quebrado da JOTUDE, só tinha desembarque. E haja passageiros do PP, PR, PSD, e PRB, que desembarcavam daquela lata velha da JUTUDE.
Em se tratando, ainda, de imprensa, o tempo é senhor da razão. Senão vejamos: no voto do então deputado mineiro Nilmário Miranda do PT, em 1992, no impeachment de Collor de Mello, sua declaração de voto naquela oportunidade foi esta: “PELOS JORNALISTAS BRASILEIROS QUE AJUDARAM A CONSTRUIR ESSE MOMENTO, VOTO SIM”. Agora, esse mesmo Nilmário, que hoje é secretário de direitos humanos em Minas Gerais, no FACEBOOK, chama de “MASSACRE MIDIÁTICO” a cobertura da imprensa sobre o impeachment de Dilma.
Tácito, filósofo romano pregava já há dois mil anos que, “QUANTO MAIOR O NÚMERO DE LEIS, MAIS CORRUPTO O ESTADO”. Esta doutrina ora citada tem tudo a ver com a quantidade mínima de artigos constantes na Constituição Federal dos Estados Unidos: apenas 7(sete) e lá se vão 230 anos de promulgada(a mais antiga do mundo em vigor). Portanto, mesmo tendo sido a presidente Dilma autora de uma lei ANTICORRUPÇÃO, donde, fora criado e estabelecido uma grande quantidade de artigos, alíneas, parágrafos e incisos. Deduz-se que ela tenha caído justamente na sua própria teia de aranha, não por um impeachment de caso político; como também por um impeachment de fato jurídico propriamente dito; porém, a queda acachapante e avassaladora da presidente Dilma tenha sido movida por uma questão ética. Por isso, particularmente, não abro mão em afirmar por entender que, Dona Dilma, caiu, em razão de ter havido um processo 3 X 1(três em um). Ou seja, houve um ATO político; um FATO jurídico; além de uma QUESTÃO moral!!!
Diante de toda essa bagaceira, Inocentemente ou por excesso de otimismo, Lula indicou uma pessoa totalmente despreparada que sequer consegue falar, quanto mais pensar, para comandar um país de dimensões continentais e uma das maiores economias do mundo, aí deu no que deu... A tragédia atingiu proporções tamanha que, um animal político do naipe do Lula que se tornou sem sombras de dúvidas, o Pelé do PT, teve sua biografia manchada e jogada na lama. Tendo como única responsável, mesmo que indiretamente por tudo isso, não se tem outra criatura a apontar a não ser a presidente Dilma Rousseff.
Referindo-se a nação petista, ninguém declarou ainda, talvez por pena, mas o principal derrotado com o resultado acachapante do impeachment na câmara e o avanço que vem sofrendo no senado essa pessoa é Lula. Que o PT queira aceitar ou não, o impeachment de Dilma é considerado a maior derrota de Lula. Na verdade, o maior líder de esquerda surgido na América Latina nos últimos 30 anos, sofreu a derrota mais humilhante de toda sua carreira e deve ser enterrado junto com Dilma e todos os caciques que respondem processos ou estão presos em razão da operação lava jato. A criatura ora impichada, com sua arrogância e intolerância(mesmo nada tendo a perder), leva junto seu criador, que agora vai voltar para os braços do Juiz Sérgio Moro. Tudo isso podemos chamar de crônica de uma queda anunciada, donde, Lula caiu do pedestal. E o pior: tombou sozinho...