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quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Eólica beneficia comunidades de Caetés, Capoeiras e Venturosa com cisternas e sistema que trata a água por meio do sol

As famílias dos municípios de Caetés, Capoeiras e Venturosa, em Pernambuco, precisam se deslocar cerca de quinhentos a dois mil metros de distância para terem acesso a um item básico, essencial para a vida humana: a água. Quando não conseguem fazer essa coleta, mesmo com a situação de vulnerabilidade que enfrentam, a opção é pagar por galões de até 12 mil litros transportados por carros-pipa, pois os que são distribuídos pelo governo não conseguem suprir todas as necessidades.


Esse problema não afeta somente os municípios de Pernambuco. De acordo informações do Portal Agência Brasil, o país enfrenta a pior crise hídrica registrada nos últimos 91 anos, ocasionada por diversos fatores, tais como a imprevisibilidade das chuvas e a ausência de tecnologias de captação e armazenamento de água. O programa Echosocial – Ventos que Transformam, desenvolvido pela Echoenergia, com o apoio do Banco Nacional do Desenvolvimento, BNDES, tenta mudar a realidade de moradores que ficam nas proximidades do parque eólico da Echoenergia, com a construção de 126 cisternas de placas no território e instalação do Aqualuz – tecnologia voltada à purificação da água para o consumo humano. Até o momento, 70 dispositivos foram instalados nas cisternas.


O Aqualuz é uma tecnologia da startup nordestina SDW, que já foi premiada e reconhecida até pela ONU. Todo o trabalho é executado pela Agência de Desenvolvimento Econômico Local, Adel. “As cisternas vão beneficiar um total de treze comunidades. Com a ação, nós vamos universalizar o acesso à água potável a todas as famílias de baixa renda da zona rural do entorno; um território bastante extenso, mas que ainda não tinha nenhum reservatório de água”, explica o Diretor de Novos Negócios da Adel, Wagner Gomes.


Água potável por meio do sol

Primeiro equipamento do mundo voltado para potabilizar a água de cisternas por meio do sol, o Aqualuz é uma tecnologia simples e de fácil manejo. A Adel, como entidade executora do programa, trouxe a SDW para trabalhar junto com as famílias a desinfecção da água das cisternas.


A potabilização da água é realizada na fase de armazenamento, após a filtração, em que a água fica exposta ao sol. Nesta etapa, a radiação solar e a alta temperatura atuam de modo a desativar o DNA dos patógenos presentes na água, tornando-a potável. A tecnologia utilizada age de modo a eliminar os microorganismos presentes, não sendo capaz de tratar águas com contaminações químicas.


O Aqualuz é um dispositivo desenvolvido especificamente para o contexto do semiárido nordestino de forma a aplicar a metodologia do SODIS (sigla em inglês para Purificação Solar da água) considerando aspectos culturais e socioeconômicos da população local. Constitui-se por um reservatório de aço inox 304 com lâmina d’água de 5 centímetros, de tampa de vidro acoplado a um filtro físico para redução de turbidez, que pode ser trocado por vários materiais presentes no dia a dia da família como, por exemplo, pedaços de pano de algodão. Seu funcionamento é muito simples, o usuário instala o filtro na bomba da cisterna, bombeia a água, que vai até o reservatório principal e fica estocada em exposição direta ao sol até que o indicador termossensível mude de cor e o usuário possa retirar a água.

Edson Costa, agricultor beneficiado com uma cisterna e um Aqualuz

Cinco jovens dos municípios beneficiados já receberam uma oficina de capacitação para entenderem como funciona a implantação de tecnologias sociais voltadas para a captação, armazenamento, gestão e tratamento dos recursos hídricos. “Eu fiquei impressionado, porque quem poderia imaginar que a água pudesse ser tratada naturalmente, com uma coisa que a gente tem tanto: o sol?”, relata o agricultor Edson Costa, de 24 anos. Ele participou da oficina e foi beneficiado com uma cisterna e um Aqualuz próximo à sua residência.

ADEL - Agencia de Desenvolvimento Econômico Local

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