Com o Sertão Vivo, o Governo do Estado de Pernambuco utilizará os recursos na implantação de sistemas de produção resilientes ao clima, numa área prevista de 25.237 hectares. O objetivo é melhorar o acesso à água para a produção rural nos municípios com vulnerabilidade social, climática, hídrica ou alimentar. A iniciativa integra as políticas climáticas com programas de gestão da água, adoção de práticas sustentáveis e redução da pobreza para melhorar os serviços ecossistêmicos e apoiar os agricultores familiares na adaptação ao clima.
“Numa iniciativa inédita, o Sertão Vivo une ação social de enfrentamento à pobreza com resiliência climática. Estamos investindo quase R$ 2 bilhões para essas ações no Nordeste. É uma prioridade do Governo Lula: dar condições para que as famílias no semiárido possam melhorar de vida de forma sustentável e, ao mesmo tempo, se preparar para as mudanças climáticas que já atingem e atingirão ainda mais o planeta, o Brasil e Nordeste em especial”, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Chegar mais próximo dos produtores rurais foi uma ação considerada importante pela agricultora Josefa Quitéria, do município pernambucano de Capoeiras. “Quando o agricultor não tem assistência, ficamos adormecidos. O programa nos fortalece e mostra que tudo que precisamos está em nossa propriedade. Somos fortes e determinados, só precisamos de apoio para mostrar que podemos ter ações sustentáveis”, comentou Josefa Quitéria, agricultora do município de Capoeiras.
No total, o projeto irá destinar mais de R$ 1,8 bilhão para os nove estados da região Nordeste. Os recursos, inicialmente previstos em R$ 1 bilhão para quatro estados da região, foram elevados em quase 100% pelo BNDES devido ao quadro de agravamento da crise climática.
Estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) constatou que, no ano passado, houve um aumento de 52% das áreas semiáridas no país e o surgimento da primeira área árida no Brasil: são 5,7 mil km² na divisa de Pernambuco e Bahia.
A estimativa é de que o Sertão Vivo beneficie no total, com as operações em nove estados, cerca de 500 mil famílias (aproximadamente 2 milhões de pessoas) em situação de vulnerabilidade.
No estado, o projeto prevê ações como quintais produtivos para 10.800 famílias, cisterna de produção para 6 mil famílias, sistema de reuso de águas para 4.500 famílias, roçados para 9.300 famílias, além de práticas de gestão hídrica eficiente em 1.350 hectares e sistemas agroflorestais com espécies nativas da caatinga adaptadas ao semiárido.
Os municípios beneficiados no estado e a estimativa de famílias atendidas são: Afrânio (2.200 mil famílias beneficiadas), Águas Belas (2.600), Alagoinha (1.200), Altinho (800), Betânia (1.200), Bodocó (2 mil), Bom Jardim (3 mil), Brejão (1 mil), Cabrobó (3 mil), Caetés (3 mil), Calçado (800), Calumbi (600), Canhotinho (400), Capoeiras (2 mil), Carnaubeira da Penha (1.400), Caruaru (400), Dormentes (2 mil), Exu (2 mil), Flores (800), Frei Miguelinho (2.200), Iati (2 mil), Inajá (800), Ingazeira (600), Itaíba (800), Jataúba (1.800), Jucati (500), Jupi (800), Jurema (500), Lagoa do Ouro (500); Lagoa dos Gatos (700), Lagoa Grande (1.200); Manari (2 mil); Mirandiba (900), Moreilândia (1.200), Orobó (700), Orocó (1.400), Ouricuri (1.800), Paranatama (1.300), Pedra (2.700), Poção (900), Riacho das Almas (1.100), Sairé (1.200), Saloá (700), Santa Filomena (1.200), Santa Maria da Boa Vista (3 mil), Santa Maria do Cambucá (1.800), São João (2 mil), São Joaquim do Monte (700), Serrita (800), Tupanatinga (800), Vertente do Lério (800) e Vertentes (400).
Agência BNDES
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