Sonhando alto para um futuro próximo, o governador Eduardo Campos, no papel de presidente nacional do PSB, possui duas missões grandes pela frente: realizar seu trabalho de chefe do executivo estadual e, ao mesmo tempo, construir um partido que lhe dê a plataforma necessária para os projetos que alimenta, entre eles, disputar a Presidência da República.
O PSB possui o quadro, mas busca “inventar” um partido. O itinerário é inverso ao do aliado PT – uma legenda de estrutura ampla, mas que, na carência de quadros, acaba por inventá-los. Em outras palavras, o pré-candidato a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e a presidente Dilma Rousseff são exemplos de “invenções” petistas, técnicos furando a fila dos políticos pela inexistência de nomes fortes à disposição. Eduardo Campos é um quadro político de peso, cujo PSB não dispõe, hoje, de capilaridade suficiente para lhe dar suporte em voos maiores.
Na arte de criar meios, o socialista precisa usar da imaginação e construir alianças pontuais. Uma maneira de dar musculatura ao partido, em São Paulo, por exemplo, foi firmar uma aliança com o prefeito Gilberto Kassab, apoiando a criação do novato PSD. Só que, na hora “H”, o PSD acabou declarando apoio ao prefeiturável tucano José Serra, enquanto o PSB possui compromisso com o PT de Haddad. Ao mesmo tempo, entretanto, em que se viu com um “abacaxi” em mãos – o PSB paulista querendo apoiar Serra – Eduardo Campos, de coadjuvante do processo, passou a protagonista. (Por Renata Bezerra | Folha Política.