A situação dos produtores de leite em Pernambuco foi tema de audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Econômico na última sexta em Garanhuns, no Agreste Meridional. Nos últimos seis anos, devido à crise hídrica, a produção anual caiu quase 50%.
O representante do movimento A Força do Leite, Sérgio Macedo, ressaltou que a principal dificuldade é o acesso ao milho para alimentar o gado. O insumo deveria ser fornecido pela Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab. “Muitas vezes você procura o milho na Conab e ele não chegou. A gente tem que comprar, porque os animais têm que ser alimentados e ordenhados todos os dias. Se não tem alimento, não tem produção de leite.”
Já o produtor Hugo Almeida, de Capoeiras, pediu a isenção da alíquota do ICMS sobre todos os insumos para tornar os preços mais competitivos no mercado interno. “Os caras estão produzindo outros queijos lá em Minas Gerais, um produto a baixo custo, que chega aqui e consegue competir com a gente que está nessa dificuldade e com um custo de produção muito caro.”
Outros produtores reivindicaram a elaboração de um plano de desenvolvimento a longo prazo e mais segurança nas estradas para o escoamento do produto, além da aceleração na entrega da Adutora do Agreste, prevista para 2020.
Para o professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Airon Melo, caso medidas urgentes não sejam adotadas, há risco da produção ficar apenas com os grandes produtores, prejudicando o agricultor familiar. “A tendência é que esse produtor do campo fique apenas com a renda da distribuição de programas sociais dos governos, com as aposentadorias, e aí ele vai migrar para a cidade. A cidade vai inchar cada vez mais e, com certeza, nós vamos ter mais violência e mais falta de ações dentro da cidade, porque não tem como atender.”
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