Os cada vez mais duros ataques feitos contra a presidente Dilma Rousseff pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, podem estar colocando o presidenciável do PSB num caminho sem volta na relação com o PT. Campos, amigo e parceiro político de Lula, sempre afirmou que tinha um pacto com o ex-presidente, mas não com sua sucessora. Ele parece estar levando essa afirmação ao extremo.
Os últimos disparos verbais do governador pernambucano sobre Dilma foram um recado de que ela estaria de "aviso prévio" na Presidência. Para ele, em seguida, "os brasileiros não aguentam mais" o governo.
Para provar que não foram palavras ditas a esmo, no calor do momento, o presidente do PSB publicou em sua página no Facebook, na noite desta segunda-feira 10, que o suposto não interesse de Dilma em participar de debates com outros pré-candidatos na TV "é a velha política se manifestando de sua forma mais arcaica".
É compreensível que Campos suba o tom de suas críticas, exatamente para demarcar seu espaço de oposição. Ele procura suplantar, dentro desse campo, na forma de ataques mais pessoais à presidente, o presidenciável tucano Aécio Neves. Ok, é uma aposta, mas pelo menos um bom conselheiro já disse que "não se deve usar palavras definitivas em política". Foi o Dr. Ulysses Guimarães, sábio ex-presidente do PMDB.
Sem saber ao certo até onde Campos pretende ir com sua artilharia, o PT está sem dúvida incomodado. O ex-presidente Lula disse a amigos, antes de viajar para a Itália fazer uma palestra e ter, a convite, um almoço com o novo primeiro-ministro Matteo Renzi, que na volta ao Brasil daria "uns cascudos" em seu amigo chefe do PSB. A ver.