Criado em 2003 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para universalizar o acesso à energia elétrica no país, o programa Luz para Todos já beneficiou mais de 16 milhões de pessoas em todo o brasil; além de Pernambuco, os estados de Alagoas, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo também teriam a meta interna do programa cumprida
Vanessa Gonzaga, Brasil de Fato
"As pessoas ainda não tinham acesso à questão da luz elétrica, de utilizar uma geladeira, de assistir televisão para ter acesso às notícias, era uma das grandes dificuldades que a população da região passava". Esse é o relato de Celso Rodrigues, morador do Assentamento Nossa Senhora do Carmo, na cidade de Santa Maria da Boa Vista, que fica na região do Sertão do São Francisco, em Pernambuco. Parte da energia elétrica da cidade, especialmente na zona rural, assentamentos e comunidades quilombolas, veio através do Programa Luz Para Todos, programa criado em 2003 durante o governo de Luis Inácio Lula da Silva. Na época, a ministra de Minas e Energia era Dilma Rousseff, que sucederia a Lula na presidência e daria continuidade ao programa.
Ainda em 2008 o Luz Para Todos cumpriria a meta de instalações em 12 estados. Além de Pernambuco, os estados de Alagoas, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo também teriam a meta interna do programa cumprida. Ainda assim, dez anos depois, muitos locais ainda não foram atendidos, especialmente na região norte. O programa segue e está garantido como uma política de Estado via decreto presidencial até 2022, com a meta de universalizar o acesso à energia elétrica no país. No norte e nordeste ainda se encontravam as menores taxas de domicílios com acesso à energia em, com 88,6% e 89,4% respectivamente. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 2013, as taxas já eram de 96,2% e 98,8%.
Além da mudança na qualidade de vida, o fornecimento de energia elétrica gera renda. A partir da expansão do comércio local e informal, possibilita turmas noturnas e atividades lúdicas nas escolas do campo e facilita o atendimento nas Unidades Básicas de Saúde que estão instaladas na zona rural. "Até a venda de um geladinho muda a renda numa família, a gente consegue evitar o desperdício de alimentos, faz a compra de equipamentos para beneficiar a produção, como uma forrageira, foi muito avanço a chegada da energia para gente. Nem meios de comunicação a gente tinha, porque isso também depende da energia. A gente usava só um radio de pilha que logo acabava. Hoje a gente tem rádio em casa, TV, e a comunicação é algo muito importante na vida do povo do campo."