Um dia após o IBGE divulgar sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, que mostra que o Brasil é o país democrático mais desigual do mundo, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), cobrou explicações pelos cortes em programas sociais, reiterou sua posição contra a Reforma da Previdência, que retira direitos de milhões de brasileiros com salários baixos, e responsabilizou a extrema-direita autofágica e doentia liderada por Bolsonaro.
“Os dados do IBGE atestam que somos campeões em concentração de renda. Esse é o troféu da vergonha que os governos de Michel Temer e de Jair Bolsonaro podem se orgulhar de ostentar. O troféu da miséria e da fome do povo. Eles são responsáveis pela destruição do país, reflexo direto do golpe que aplicaram contra a presidenta Dilma Rousseff em 2016”, comentou.
Para Humberto, quem paga a conta desse governo que implode as garantias constitucionais dos brasileiros mais pobres, briga acidamente com os seus próprios aliados e cria crises dentro e fora do país a todo momento é o povo.
“Esses desastres no governo só aprofundam o caos social. A quantidade de famílias e pessoas que dependem de aposentaria, pensão e benefício de prestação continuada para sobreviver, por exemplo, aumentou sensivelmente. E o que o Congresso Nacional fez a pedido da dupla maldita Bolsonaro-Guedes? Retirou isso dos brasileiros. E agora, como vai ficar? Como essas pessoas vão ficar? É triste esse quadro”, lamentou.
O senador avalia que a votação das alterações na Previdência vai prejudicar a rede de proteção social dos mais vulneráveis a ponto de lançar milhões de famílias na completa indigência. Ele ainda tem esperança de derrubar a reforma no Senado.
Humberto acredita que o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, registrado hoje, já fez o Brasil mostrar muita coisa ao mundo no passado, mas, no momento atual, o país nada tem a fazer, a não ser lamentar e se envergonhar pela miséria que retorna a passos largos e da fome que voltou a ser uma triste realidade.
Ele lembrou que o Brasil havia deixado o Mapa da Fome e tinha o Bolsa Família premiado internacionalmente como o maior programa de combate à miséria do planeta. Hoje, ele é alvo de preconceito e cortes por parte de bolsonaristas.
“Agora, fomos devolvidos à triste condição de décadas atrás. Hoje, o país assiste a 15 milhões de pessoas viverem na extrema pobreza de onde tinham saído, pessoas que têm de fazer face a todas as suas necessidades com cerca de R$ 90 por mês. É algo absolutamente inaceitável. E o que faz o governo Bolsonaro? Corta. São sucessivos cortes em programas sociais”, criticou.