É visível, todos nós sabemos que o cemitério da cidade de Capoeiras, Pernambuco, há muito tempo esta superlotado, falta espaço para novos sepultamentos.
No último Dia de Finados, 02/11/2019, estivemos visitando aquele Campo Santo, e podemos observar que se por um lado há falta de espaço para novas sepulturas, por outro, sobra o egoísmo de muitos vivos que se apossaram de grandes espaços do cemitério e construíram túmulos do tamanho dos seus egocentrismos.
O cemitério de Capoeiras nunca teve uma regulamentação do tamanho que deveriam ter os túmulos, com isso, algumas famílias capricharam na construção da última morada dos seus entes queridos, e deles próprios no futuro; não seria nada de mais se no cemitério houvesse espaço suficiente, se não avançassem sobre outras sepulturas ao redor, se não tomassem para si o espaço para onde todos nós seremos levados um dia.
As pessoas esquecessem-se que os mortos não fazem questão de ocuparem grandes espaçosos, e constroem túmulos que ocupam espaço que seria suficiente para duas ou três sepulturas.
Sobre a morte, o dramaturgo Ariano Suassuna, na peça ‘O Alto da Compadecida disse: Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre.
Não há perspectivas de que nem tão cedo seja construído um novo cemitério na cidade de Capoeiras. De tempos e tempos, o problema da falta de espaço no cemitério da cidade vem a tona, cobranças são feitas, e promessas surgem de que um novo cemitério possivelmente será construído; com o tempo, essas cobranças e promessas são esquecidas.
Até quando?