De janeiro a junho deste ano, o Nordeste foi responsável por 30% das indenizações pagas pelo seguro obrigatório DPVAT (Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) no país, superando o Sul (27%) e o Sudeste (25%). Os dados apontam que, na região, 65% dos pagamentos do seguro no semestre passado foram para acidentes com motos. O seguro DPVAT cobre casos de morte, invalidez permanente ou despesas com assistência médica e suplementares por lesões de menor gravidade causadas por acidentes de trânsito em todo o país.
O Hospital da Restauração é a maior emergência do Nordeste e recebe a maior parte das vítimas de acidente de trânsito em situação grave em Pernambuco. A unidade tem 570 leitos habilitados, sendo que, em média, entre 100 e 120 são ocupados por pessoas envolvidas com acidentes de moto. As vítimas ficam distribuídas nos setores de neurocirurgia, traumatologia, cirurgia plástica, queimados e cirurgia geral buco-maxilo-facial. Só em traumatologia, cerca de 75% dos leitos são destinados a esses pacientes.
Traumatismos múltiplos
Segundo o chefe do setor de traumatologia do HR, Bernardo Chaves, o tempo de internação da vítima de acidente de moto é longo.
"O perfil do paciente vítima de acidente de moto que dá entrada no HR é o politraumatizado [quando tem presença de duas ou mais lesões traumáticas graves] associado ao TCE [Traumatismo Crânio-encefálico]. São pacientes que demandam uma equipe multidisciplinar e ficam, em média, entre 15 e 30 dias internados", disse o médico.
"Tempo longo, porque são muitas fraturas e lesões, em várias especialidades, a serem tratadas, além do que, há uma grande incidência de infecções", explicou.
As amputações são comuns em acidentes de moto, principalmente de membros inferiores. A estimativa é que 11% dos pacientes saem do HR paraplégicos ou amputados. Se perdeu a pele, precisa de enxertos para fazer a cobertura - um procedimento doloroso.
Medidas para reduzir acidentes
No primeiro trimestre deste ano, o Comitê de Prevenção aos Acidentes com Moto registrou uma queda de 21% no número de ocorrências. A entidade acredita que, neste trimestre, haverá um pequeno aumento nos números. A meta é redução de 6,7% ao ano, seguindo o que preconiza a Década de Ações de Segurança do Trânsito da Organização das Nações Unidas (ONU). Este pacto foi assinado por 135 países, entre eles o Brasil. Em dez anos, espera-se diminuir os acidentes em 50%.
G1
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