A saúde do homem enfrenta obstáculos muitas vezes impostos pela própria figura masculina. Segundo uma pesquisa, de 2021, do Instituto Lado a Lado pela Vida, idealizador do movimento Novembro Azul, após entrevistar 7 a cada 10 homens do Brasil, México, Colômbia e Argentina só procuram o médico após os sintomas ficarem insuportáveis.
A falta de cuidado é evidenciada no tema da campanha deste ano, com os homens liderando os índices também quando o assunto é adoecimento e mortes evitáveis. Segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a análise da morbimortalidade masculina revela altas taxas de enfermidade e óbitos preveníveis associadas a fatores comportamentais, socioeconômicos e culturais.
A pesquisa mostra, ainda, que entre os principais motivos estão as causas externas, como sinistros de trânsito, quedas, afogamentos, envenenamentos, agressões, homicídios e lesões autoprovocadas que podem se refletir em construções socioculturais da masculinidade, fortemente marcadas por valores como virilidade, força e autossuficiência. Essa lógica favorece comportamentos de risco, como direção perigosa, consumo abusivo de álcool e negligência com o autocuidado, o que dificulta a busca pelos serviços de saúde.
"A escolha do tema reflete a realidade atual de Pernambuco. As causas externas, incluindo acidentes de trânsito e de trabalho, e as violências interpessoais e autoprovocadas, representam a principal causa de internação na população masculina e a segunda causa de óbito no estado. Então, a gente aproveita esse espaço para pensar a saúde do homem de forma integral, para além do câncer de próstata, e mostrar ao homem que ele pode adoecer e que precisa buscar o serviço de saúde", disse o coordenador de Saúde do Homem da SES, Allison Anjos.
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