Após pressão exercida por diversos setores da sociedade civil organizada e pela mídia estadual e nacional, o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Guilherme Uchoa (PDT), pôs fim à ação de censura que envolvia o Jornal do Commercio, o Diário de Pernambuco e a TV Clube. A medida proibia os veículos de associarem o nome do deputado nas reportagens que tratam de um suposto caso de facilitação e tráfico de influência envolvendo a filha do parlamentar, Giovana Uchoa, acusada de facilitar a adoção de uma menina para um casal que sequer era inscrito no Cadastro Nacional de Adoção (CNA). Em um pronunciamento no plenário nesta quarta-feira (4), o petebista alegou que a decisão da ação teria sido tomada unilateralmente pelo seu advogado. Além disso, o deputado também citou problemas pessoais para justificar a medida.
Tanto o Jornal do Commercio, quanto o Diário de Pernambuco e a TV clube receberam no último sábado (31), uma liminar que proibia os veículos de citarem o nome do deputado nas matérias acerca do caso. Assim que a notícia veio a público, diversas instituições repudiaram oficialmente a medida, tais como o Sindicato de Jornalistas de Pernambuco (Sinjope) e a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Pernambuco (OAB-PE). O episódio, classificado como um caso de censura prévia, ganhou destaque na mídia nacional, com matéria veiculadas por jornais e portais de internet como Uol, Folha de S. Paulo, Valor Econômico, Estado de S. Paulo, entre outros.
A filha do deputado, Giovana Uchoa, foi acusada de tráfico de influência após ter supostamente facilitado a adoção de uma menina de apenas um ano para um casal formado por uma brasileira e um piloto americano A guarda durou quase três meses e durante este período a menina chegou a ser batizada em uma igreja de Olinda, município vizinho à Recife, onde Giovana chegou a atuar como madrinha. A justiça retirou a menina da guarda do casal e já foi encontrada uma nova família para cuidar da criança, que não quis se expor à imprensa. O novo casal deverá ser observado pelos próximos 80 dias, para garantia de que eles têm condição de realizar a adoção permanente.
Brasil247/Pernambuco