Algumas vezes tenho postado comentários no seu ótimo blog e você sempre os publica respeitosamente. Gostaria, hoje, de mandar ao amigo essa mensagem por e-mail, por conta de críticas ao meu trabalho como Secretário do Governo Dudu em Capoeiras. Vou informar algumas coisas e fique à vontade para usar ou não, no blog, o que considerar interessante à comunidade.
Primeiro gostaria de lembrar que desde que vim do Recife morar em Capoeiras (depois em Garanhuns), estive sempre com o mesmo grupo em minha terra natal. Votei em Zezinho em 1992, em Aluízio em 1986 e em Fátima Vieira em 2000. No ano de 2004 votei em Garanhuns, mas participei ativamente da campanha de Dudu. No ano de 2008, transferi meu título novamente para Capoeiras, assim como minha mulher e filhos, só para votar em Dudu. Tive a satisfação, junto com o radialista Marcos Cardoso, de fazer o programa eleitoral de rádio daquela campanha vitoriosa, tendo o referido programa sido considerado o melhor pela maioria da população e mesmo por uma parte dos eleitores adversários, segundo pesquisa realizada por Audânio, marketeiro do Recife.
Vitorioso, Dudu me convidou para ser secretário de Educação do Município, cargo que já tinha exercido anteriormente com aprovação da maioria do professorado, especialmente da zona rural. O chamado me honrou e meu coração pedia para retomar às funções exercidas anteriormente. Preferi, no entanto, ser claro com o prefeito eleito: Lembrei a ele o grave problema de saúde porque passei, esclareci que a minha condição física já não era a mesma e como a Secretaria de Educação demanda muito atendimento, conversa, deslocamentos e toda sorte de preocupações, sugeri que ele escolhesse uma outra pessoa, que pudesse ajudá-lo mais em sua missão.
Disse ainda que gostaria de colaborar com a administração pela qual lutei e poderia fazer isso numa função mais ligada à assessoria, junto ao prefeito. Fui então nomeado Secretário de Governo e no início do trabalho ficava no gabinete, atendia as pessoas e procurava repassar as demandas para o Chefe do Executivo. O próprio Dudu, depois, me chamou para uma conversa e solicitou que eu me desligasse mais do dia-a-dia do gabinete. Sugeriu que eu cuidasse mais da parte de comunicação, junto com Vando Pontes, procurasse circular por diversos órgãos e lugares do município, atento aos reclamos da população. Fiquei então tentando me adaptar a esse modo de trabalhar e embora não esteja todos os dias em Capoeiras sempre estou em contato com o prefeito, com os colegas secretários, funcionários que me procuram para resolver algum problema, faço regularmente textos para rádios e jornais, que divulgam a administração e faço o planejamento de algumas ações política ou administrativas que são repassadas ao governante, que, logicamente, tem sempre a última palavra. Você que também trabalha com computador sabe muito bem que na era da informática a gente não presta um serviço a uma prefeitura ou qualquer órgão só estando todos os dias sentados atrás de um birô. Posso estar em Capoeiras, em Garanhuns, no Recife ou em qualquer lugar e de lá elaborar um projeto, um texto de divulgação ou qualquer documento e por e-mail repassar o que foi feito para alguém da equipe.
Algumas idéias da última campanha de Dudu, algumas escolhas de auxiliares, propostas de obras da gestão, saíram da cabeça do jornalista Roberto Almeida. E foram repassadas ao prefeito ou secretários imediatamente. Muitos funcionários, motoristas de transporte estudantil, colegas secretários e o próprio prefeito podem testemunhar a minha atuação, que possivelmente aparece pouco porque não há presença física constante, como no passado e além do mais eu sou um homem hoje com pouca capacidade de me comunicar verbalmente, por conta do problema nas minhas cordas vocais. Claro que eu gostaria de estar de vez em quando na rádio dialogando com o povo de Capoeiras, claro que gostaria de estar na minha terra mais vezes à noite, em contato com a população, claro que gostaria de andar mais pelos sítios, revendo amigos, ouvindo sugestões e repassando ao prefeito e colegas secretários. Eu, no entanto, trabalho dentro de certas limitações físicas, infelizmente e faço aquilo que a minha saúde permite, aconselhado pelo próprio Dudu. Apesar de tudo, tenho consciência que colaborei com as campanhas de Dudu em 2004, 2008 e 2010. Embora meu trabalho atual não apareça, tenho consciência de ter participado com minhas idéias - muitas colocadas no papel - da montagem do governo, da luta pelo asfalto da PE-193 (nos primeiros dias da atual administração tive uma conversa com o prefeito e disse a ele da importância dessa obra e sugeri a ele priorizar esse assunto junto a Inocêncio Oliveira), da formatação do discurso político, da elaboração de propostas referentes as festas que têm sido realizadas, de apontar problemas da gestão para que o prefeito possa fazer ajustes, da elaboração de revistas e textos para jornais divulgando Capoeiras e sua administração e procurando esclarecer amplos segmentos da mudança de prioridades entre o governo anterior e o atual. Posso garantir que tem muita coisa acontecendo na cidade hoje, que de alguma maneira contou com a minha participação. Talvez, se eu tivesse a mesma voz de antes e o mesmo vigor físico, não precisasse estar cansando o amigo com tantas palavras. Mas atualmente só posso expressar tudo o que está na minha cabeça diante do computador. Por isso lhe envio essas informações. Poderia me estender mais, revelar detalhes da minha atuação nos bastidores, contudo isso tornaria esse e-mail ainda mais cansativo e algumas pequenas ações nem merecem ser mencionadas.
Para terminar, meu caro Raimundo, posso garantir a você, aos seus leitores e ao povo de Capoeiras que sou uma pessoa honesta, gosto de trabalhar e amo minha terra natal. Quero o bem de Capoeiras e do seu povo. Sou jornalista, já fui subsecretário de Estado, pela terceira vez sou secretário em Capoeiras. Apesar da minha formação e meu currículo profissional, do meu emprego, minhas atividades no blog e jornal, tenho de patrimônio somente uma casa de Cohab e um carro com 10 anos de uso. Esse é o meu atestado de integridade. O resto é fofoca, especulação ou talvez falta de melhor informação sobre o papel que cada um desempenha no governo ou na sociedade capoeirense. Trabalhar não é somente usar a enxada ou uma vassoura. Todo trabalho dignifica o homem, mas a nós seres racionais está reservado em primeiro lugar a dádiva que Deus nos deu de usar a cabeça, de pensar e com nossa idéias contribuirmos de alguma maneira para a melhoria das condições de vida das pessoas. Desculpe se me alonguei tanto, mas gostaria através de você de mandar esse recado para o povo da minha querida Capoeiras.
Roberto Almeida.