Nos últimos meses, a sociedade brasileira tem se mostrado cada dia mais ávida por iniciativas de combate à corrupção, uma vez que o País vive uma das maiores crises de sua história em relação ao tema. Pesquisa DataFolha, realizada dias 25 e 26 de novembro em todo o País, revela que 34% dos eleitores colocaram pela primeira vez a corrupção como o principal problema do Brasil na atualidade. Além disso, levantamento feito pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a agenda dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável calcula em 1,26 trilhão de dólares os custos anuais dos países em desenvolvimento com corrupção, suborno, roubo e evasão de impostos.
No ranking dos países mais corruptos do mundo (entre os 175 avaliados, de acordo com dados da Organização Transparência Internacional), o Brasil ocupa a 69ª posição. Diante dessa realidade, o procurador-geral de Justiça, Carlos Guerra de Holanda, lançou nesta quarta-feira 09/12/2015 a campanha do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Corrupção. Tem jeito. A iniciativa tem três objetivos principais: mostrar à população a atuação do MPPE no combate à corrupção; mobilizar a sociedade como agente de controle social e criar a cultura de combate à corrupção em todos os níveis.
A campanha aborda de forma direta o “jeitinho brasileiro”, como viés cultural da corrupção, que vai da “furadinha da fila” ao agrado pro servidor público”. Para Carlos Guerra, “tudo isso abriu caminho pra corrupção se tornar um enorme problema e tirar o dinheiro público da saúde, da educação e da segurança”. O texto da campanha termina de forma enfática: “Chega de jeitinho. Pra corrupção tem jeito, com o Ministério Público de Pernambuco e cidadão unidos para combatê-la em todas as suas formas”.
Uma pesquisa realizada pelo MPPE em 2012, em parceria com a Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire), já confirmava àquela época que a corrupção é cultural, presente em todas as camadas da sociedade e aceita naturalmente. Trata-se do chamado jeitinho brasileiro. De acordo com o procurador-geral de Justiça, a falta de rigor ético começa “pequena” e chega aos níveis vistos hoje, com gravíssimos casos de desvio de dinheiro público, prejudicando a população.
Fonte: MPPE
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