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sábado, 20 de janeiro de 2018

Jane, Tarzan, Boy e Chita... Lembram-se deles?

Por Altamir Pinheiro

Maureen O'Sullivan(irlandesa como sua xará Maureen O’hara), pois   foi a mais popular de todas as JANE, companheira de "Tarzã". A Metro Goldwin Mayer jogou todo o seu poderio para reviver o personagem de Tarzã e fazer deste filme("Tarzan, o Filho das Selvas" de 1932), o melhor até então sobre o personagem de Edgar Rice Burroughs. Foi o primeiro filme falado de Tarzã, o diretor era dos melhores do estúdio e o elenco escolhido a dedo. Sua grande oportunidade viria quando mudou da FOX para os estúdios MGM(Metro Goldwin Mayer). Surgiu o papel de Jane, companheira de Tarzã. Com Johnny Weismuller no papel do homem macaco, ela estrelou “Tarzã dos Macacos” (1932) seguido de mais quatro filmes da série. Foi durante as filmagens que ela conheceu seu marido o diretor John Farrow.

E por falar em o Homem das Selvas, Johnny Weismuller e Maureen O’Sullivan foram os mais famosos Tarzã e Jane do cinema e também considerados os mais perfeitos. Mas fora a dupla romântica havia um protagonista que roubava a cena: CHITA, o macaco. Infelizmente o famoso macaco (sim, era macho) faleceu no dia 24 de dezembro de 2011 aos 81 anos de idade em consequência de problemas renais no refúgio de animais ou num santuário de primatas no estado da Flórida, nos Estados Unidos. Chita constava desde 2001 no livro dos Recordes como o macaco mais velho do mundo. Ai que saudade nos dá, de quando íamos ao cinemas por esse Brasil afora,  com cupons que recortávamos das caixas de sabão em pó da marca  OMO, íamos todos felizes assistir Tarzã, Jane, Boy e a maravilhosa e de bem com a vida Cheeta!!! Pois, não é à toa que,   voltando-se ao túnel do tempo, enterrou-se, junto com Chita, também um pedaço de  nossa infância...

Como nos conta o pesquisador e estudioso dos filmes de Tarzã,  Sávio Soares, O macaco Chita  nasceu na Libéria, se chamava Jiggs, no cinema foi rebatizado de Cheeta(Chipanzé), no mundo latino devido a grafia tornou-se Chita. Em 2008 o macaco mais famoso do cinema teve uma biografia em forma de ficção lançada pelo escritor inglês James Lever intitulada “Eu, Chita” (“Me, Cheeta”), inédita no Brasil, em que o chipanzé traçava comentários sobre a era de ouro de Hollywood, nos anos 1930. Por três vezes tentaram imortalizar suas patas na Calçada da Fama, mas não conseguiram. Apenas os cachorros Rin Tin Tin e Lassie obtiveram tamanha conquista…

O Tarzã Johnny Weissmiller,  interpretado pelo campeão olímpico de natação (de 1924  e 1928) foi considerado o melhor Tarzã do cinema.  Nos filmes, o Homem-Macaco tinha a companhia da Jane, papel que ficou com a bela atriz Maureen O’Sullivan (mãe da atriz Mia Farrow), a macaca Chita, e o filho adotivo  Boy, interpretado pelo ator Johnny Sheffield. Pergunta-se: Quem inventou o grito do Tarzã?!?!?! Na verdade, o famoso grito foi produzido em estúdio: um mix de vozes e ruídos, entre os quais uma soprano de ópera e sirenes, conta Ruy Castro no Livro “Um filme é para sempre” (Companhia das Letras, 2006). Impossível um ser-humano reproduzir todos àqueles sons através apenas da voz. Segundo o escritor Ruy Castro.  “Afumalakatchumba!!!” era como o  ator-nadador Tarzã chamava os elefantes. O criador do personagem foi o escritor americano Edgar Rice Burroughs que escreveu ao todo 23 romances sobre o Homem das Selvas. A título de curiosidade, muitas das cenas dos filmes de Tarzã eram gravadas no Brasil, mais precisamente  nas cataratas de Foz do Iguaçu. 

No dia 20 de janeiro de 1984, o homem que ajudou a revolucionar o esporte e a criar um mito das telonas morria aos 80 anos em Acapulco, no México, Johnny Weismuller. Deixava, então, o cinema órfão daquele que é considerado o melhor Tarzã da história e a natação sem sua primeira grande lenda. Porém, nem tudo são flores. Os últimos anos de vida foram difíceis. Chegou a sofrer uma série de derrames e de ataques cardíacos. Em 1979, foi internado em Los Angeles, onde especialistas diagnosticaram um "desequilíbrio mental progressivo e incurável", segundo obituário do ator escrito pela Folha de S. Paulo na década de 80. Acreditava, diz o registro, que ainda era o Tarzã e gritava, com voz falha, a plenos pulmões o som que tinha inventado para o personagem. No seu enterro, em vez de honras ao nadador que elevou a natação norte-americana a um outro patamar, um som se destacou. Enquanto o caixão de Peter Johann Weissmuller baixava, o grito de Tarzã ecoou três vezes de um gravador.

Em se tratando de Maureen O'Sullivan  eis alguns dos bons filmes  protagonizados por ela: Hannah e Suas Irmãs (1986), com direção de Woody Allen; - O Resgate de um Bandoleiro (1957), com Randolph Scott e Richard  Boone; - O Relógio Verde (1948), Tendo como Diretor seu marido John Farrow; - A Fuga de Tarzan (1936), com direção de John Farrow. Nos créditos de "A Fuga de Tarzan" aparecia pela primeira vez um jovem assistente e futuro diretor chamado John Farrow. Maureen e John se conheceram em filmagem e se casaram em setembro de 1936. Do casamento tiveram vários filhos entre eles uma filha que posteriormente seria a famosa atriz Mia Farrow.

No tocante aos filmes faroestes, Maureen O’Sullivan  fez “Resgate de Bandoleiros”, com  Randolph Scott e Richard Boone.  Longe dos dias que encantava (e provocava) o mundo como Jane, O’Sullivan é a única figura feminina do elenco. Isso faz com que sua personagem desperte nos jovens Skip Homeier e Henry Silva os naturais desejos masculinos há muito represados. E a grande cena de Maureen em “Resgate de Bandoleiros” é justamente quando um dos bandidos se projeta sobre ela para estuprá-la. Como diz o cinéfilo Jurandir Lima: “Resgate de Bandoleiros é um filme de um roteiro muito simples, mas que foi feito com um esmero acima da média de filmes B. Seus cenários são lindos, suas interpretações são todas relevantes (Scott/Boone/Maureen) e a história é bem amarrada e muito bem desenrolada”.

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