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terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Maureen O’hara, a cara-metade do “eterno cowboy” John Wayne

Por Altamir Pinheiro

Musa do grande diretor John Ford, Maureen O’hara era a rainha ruiva dos westerns americanos,  e  foi um  par perfeito de John Wayne. O’Hara,  Wayne e Ford, juntos formaram a memória viva dessas longínquas décadas douradas de 40 e 50. Era a última grande vedete, e grande atriz, sobrevivente da época clássica de Hollywood. Para muitos, O’Hara fica para a história como a cara-metade, nas grandes telas de cinema pelo mundo afora, do “eterno cowboy”, John Wayne, com quem contracenou em inúmeros filmes realizados por John Ford. O’Hara contracenou ainda como par romântico de outras grandes estrelas como James Stewart ou Henry Fonda. Participou em cerca de 65 filmes, mas nunca recebeu sequer uma nomeação para a estatueta de Hollywood. Porém, Maureen foi homenageada com um Oscar honorário em 2014. Foi musa nos filmes de faroeste americano e, viver 95 anos foi o seu Oscar...

Maureen O’hara, como diz o cinéfilo Darci Fonseca,  foi a mais perfeita leading-lady que John Wayne teve no cinema. Entendiam-se maravilhosamente bem nas filmagens numa das mais bonitas amizades entre um ator e uma atriz. Foram dirigidos por John Ford no singelo “Rio Grande”, no sublime “Depois do Vendaval” e no regular “Asas de Águia”. Em 1963 Maureen e Duke se reencontraram no engraçado “Quando um Homem é Homem” e “Jake, o Grandão” (Big Jake), de 1971, marcou o quinto e último encontro de Duke com Maureen nas telas.

No filme “Rio Grande” de 1950,  John Wayne encontra seu mais perfeito par romântico, primeiro de cinco encontros na tela, com Maureen O’Hara. A atriz irlandesa criou o mais forte personagem feminino em um western de John Ford, diretor que sempre ressaltou a importância da mulher na formação do Velho Oeste. “Rio Grande” foi bem recebido pelo público sendo um dos grandes sucessos de bilheteria de 1950 e fazendo com que John Wayne se tornasse (pela primeira vez) o campeão de bilheterias daquele ano nos Estados Unidos. “Rio Grande” recebeu no Brasil o título de “Rio Bravo” 

Rio Grande tinha como estrela a maravilhosa Maureen O’Hara e foi rodado em apenas 30 dias, sendo os primeiros 22 dias no Monument Valley e o restante nos estúdios. Todo o elenco teve que comer muita poeira e passar calor durante o dia e frio à noite naquele vale monumental que era o cenário preferido de Ford. Esse lugar de arrebatadora beleza natural era iluminado, todas as manhãs, pelo esplendoroso rosto da cativante irlandesa Maureen O’Hara que com seu sorriso e seu olhar irradiava inconfessáveis desejos em todos os homens. 

Apelidada no meio cinematográfico de “A rainha do Technicolor”, a irlandesa Maureen O’Hara  Ícone de beleza, com belos olhos verdes e cabelo ruivo, a irlandesa Maureen foi elogiada por cineastas como John Ford, com quem fez cinco filmes, pela sua combinação de doçura e gênio explosivo. O sorriso encantador era uma de suas principais características. Além de “Depois do vendaval”, ela foi a estrela de “Como era verde o meu vale” (1941), “Milagre na Rua 34” (1947), “O corcunda de Notre Dame” (1939), entre outros.

Depois de passar por dois casamentos, o primeiro com o produtor britânico, George Brown  (12/06/1939 a 15/09/1941), e o segundo com o cineasta americano, Will Price  (29/12/1941 a 11/08/1953), Maureen encontrou sua merecida felicidade pessoal ao se casar, em 11/03/1968, com o General Charles Blair, um famoso aviador e amigo de muitos anos de sua família.  Em 1973, após atuar em “O Potro Vermelho”, Maureen retirou-se do cinema para trabalhar com o marido em sua empresa de aviação, “Antilles Airboats”, no Caribe.  Após a morte de Blair, num desastre aéreo em 1978, Maureen foi alçada ao cargo de presidente da empresa, tornando-se a primeira mulher a dirigir uma Companhia Aérea nos Estados Unidos.

Maureen foi a protagonista de um dos beijos mais antológicos da história do cinema, no filme “Depois do vendaval”, de 1952, numa cena em que tenta escapar de um casebre e é puxada de volta para dentro e, em seguida, para os braços e os lábios de John Wayne. Segundo informa o jornal O Globo ao noticiar sua morte(24 de outubro de 2015, aos 95 anos), em seus últimos momentos, os parentes a homenagearam colocando para tocar a trilha de seu filme favorito, “DEPOIS DO VENDAVAL”.

Entre 1991 e 2000, Maureen ainda aceitou estrelar quatro outros filmes, todos realizados para a televisão.  Importante nome da história do cinema, a artista ficou conhecida como “rainha do Technicolor” porque, quando o processo começou a ser usado, nada parecia mais impactante do que seus cabelos ruivos. De acordo com o jornal “The New York Times”, um crítico chegou a escrever, em 1950: “Em Technicolor, O’Hara parece significar mais do que um sol se pondo”.

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