Ex-deputado federal e ex-presidente do Partido Progressista (PP), Pedro Corrêa, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro na Ação Penal 470, o 'mensalão', declara numa entrevista que política se fazia com corrupção e compra de votos e que só se arrepende do que não fez.
Em conversa com o jornal O Globo, de seu apartamento de frente para o mar, em Recife, o político "gargalhou ao lembrar dos tempos de preso, bateu no peito garantindo que ainda se elegeria para a Câmara e confirmou que participou permanentemente de esquemas de corrupção e de compra de votos nos quase 30 anos de vida pública", como relata Bela Megale.
Corrêa está preso há mais de quatro anos, sendo os dez últimos meses em regime domiciliar fechado, sem precisar, nos últimos meses, até mesmo de usar tornozeleira eletrônica, segundo ele devido a exames e cirurgias. Em seu apartamento tem "uma adega climatizada para vinhos, uma moderna geladeira para cervejas e uma enorme televisão de LED".
Ele acusou Lula de comandar todo o esquema de corrupção que culminou no julgamento do mensalão, inclusive a tese de que era apenas caixa 2. Questionado sobre as afirmações do ex-presidente do PP, o advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin, negou as acusações e disse que "a palavra de um criminoso confesso e que recebeu benefícios do Ministério Público Federal para acusar Lula sem provas, não merece qualquer credibilidade".
"Não sou nenhum santo, sou um político da minha geração. Na minha geração era assim que se fazia política. Não fiquei rico, o dinheiro não apareceu em nenhum lugar, não tenho dinheiro para pagar as multas (R$ 3 milhões do mensalão, que ele contesta na Justiça, e R$ 1,5 milhão da Lava-Jato), mas era um político que fazia eleição com dinheiro, acertando compras de votos com os prefeitos e com os vereadores. A minha geração fazia política assim, desde que eu entrei na Câmara até eu sair", declarou.
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