Brasil 247 - A descrição sobre o que é a fome feita por Carolina Maria de Jesus no livro Quarto de Despejo, escrito na década de 1950, volta à tona hoje depois que o problema havia sido em boa parte controlado durante os governos do PT. Desde 2016, a insegurança alimentar no Brasil voltou a ser um alerta constante de organizações que atuam na área, inclusive das Nações Unidas.
Nesta semana, a notícia de que um açougue em Cuiabá, capital do Mato Grosso do Sul, formava filas para doar ossos deu amplitude para a gravidade do problema. Os ‘ossinhos’ - parte mais barata do boi - trazem ainda um resto de carne grudada e torna-se quase que a única opção de proteína para os pobres consumirem em tempos de preço altíssimo nos alimentos. A outra opção - mas não para todos - é o ovo.
Em dois anos, a população que passa fome no País sofreu um avanço assustador: de 10 para 20 milhões de pessoas. Algumas delas frequentam diariamente as Cozinhas Solidárias, iniciativa do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) espalhada nas periferias de São Paulo. Boa parte da fila é formada por mulheres e seus filhos - maioria de mulheres negras, assim como a fila do açougue em Cuiabá.
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