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domingo, 17 de dezembro de 2017

Kirk Douglas apaga 101 velinhas

Por Altamir Pinheiro

Neste último dia 9 de dezembro de 2017, A imprensa cinematográfica mundial comemorou 101 anos de "um gigante", "uma lenda viva", "um monstro sagrado". O ator marcou a história do cinema com dezenas de papéis fascinantes, entre eles, Spartacus, como também o inesquecível marinheiro Ned, de Vinte Mil Léguas Submarinas e a espetacular película de faroeste intitulada O Último Pôr-do-Sol de 1961, donde, ele contracena com a exuberante Dorothy Malone e o magistral Rock Hudson. O Último Pôr-do-Sol  é um filme que, se não é a maior maravilha em faroestes, ganha pontos por ser um western diferente, agradável, forte e muito bem feito. 

Kirk Douglas é conhecido como o  Eterno Spartacus fez cerca de cem filmes em sua carreira, mas nenhum o marcou tanto como aquele em que vive um escravo na Roma Antiga, Spartacus. Naquele ano de 1961, o Oscar foi para seu companheiro de elenco, o excelente Peter Ustinov, que levou a estatueta por seu papel como Batiatus. Douglas sequer chegou a ser indicado, mas sua figura máscula entrou para o imaginário dos fãs do cinema. No início dos anos 1960, ele já era um ídolo, mas nenhum personagem havia lhe dado tamanha popularidade mundial como aquele.

Kirk Douglas foi indicado três vezes ao Oscar de Melhor Ator, mas não levou nenhum. Ele concorreu por Campeão, em 1950, quando perdeu para Broderick Crawford com A Grande Ilusão. Voltou a concorrer em 1953 por Cativos do Mal, mas quem venceu foi Gary Cooper por seu trabalho em Matar ou Morrer. Por fim, Douglas entrou no páreo com sua elogiada atuação em A Vida Apaixonada de Van Gogh, em que vivia o pintor holandês, mas acabou derrotado por Yuri Brynner, por O Rei e Eu. O ator só veio ganhar o Oscar Honorário em 1996, pelo conjunto da obra.

Um fato interessante aconteceu no primeiro filme de cowboy protagonizado por Kirk Douglas, Embrutecidos pela Violência de 1951. Diz-se isso em razão de, Kirk ter morrido em diversos filmes, suas participações, em que não saiu vivo ao final, em “Sua Última Façanha”, “O Último Pôr-do-Sol”,  “Desbravando o Oeste”,  “Chaga de Fogo” e “Spartacus”. Em “Embrutecidos pela Violência”, realizado em 1951, Douglas ao final sobrevive a uma longa jornada no deserto e a muitos homens interessados em matá-lo, terminando o filme nos braços de Virginia Mayo. Nesse mesmo faroeste, porém, o ator foi brutalmente assassinado por ‘artistas’ de diversos países incumbidos de desenhar o pôster desse que foi o primeiro western da carreira do grande ator. Quer dizer, quem o matou foi seu desenhista italiano  através de seu pincel, pintando-o com uma caricatura parecida com o rosto de  Burt  Lancaster.

Como relatado acima, Kirk,  que fez seu primeiro western intitulado “Along the Great Divide” - Embrutecidos pela Violência, passando a maior parte do filme em cima de um cavalo, ele que jamais montara em sua vida. Mas Kirk também nunca havia tocado trompete e aprendeu para interpretar um músico em “Êxito Fugaz”; para atuar em “O Invencível” aprendeu a lutar boxe. Em seus próximos filmes Kirk Douglas mostraria habilidades de malabarista, de piloto de corridas e tocaria banjo e cantaria surpreendentemente bem em “Homem sem Rumo” (Man Without a Star). Não havia desafio que Kirk não superasse e aprender a montar cavalo foi até fácil e prazeroso.

O antigo  ator Kirk Douglas, pai da também estrela de Hollywood Michael Douglas(73 anos), celebrou 101 anos de vida. Apelidado de ‘lenda viva’ do cinema por muitos, estreou em 1946, depois de uma infância marcada por dificuldades econômicas. Batizado como Issur Danielovitch, Kirk cresceu  em um bairro pobre de Nova York, onde os pais, vindos da Bielorrússia, escolheram viver. Foi também nos anos 50 que Douglas conheceu aquela que apelida como alma gêmea, Anne Buydens, casamento esse que já dura 63 anos. 

O icônico ator, que interpretou papéis que marcaram a história do cinema, revelou em um texto especial escrito para a revista Closer Weekly, ano passado,  por ocasião do aniversário de 100 anos que sua segunda e atual esposa, Anne, de 98 anos, tem sido a inspiração para superar as adversidades com o passar das décadas. longevidade que o astro atribui a um "maravilhoso casamento" de mais de seis décadas. Já o seu filho, Michael Douglas, afirmou :  "Ultrapassar a barreira do centenário  de idade certamente é um marco, mas os fatos são o que papai realizou em todo esse tempo. Para mim, sua resistência e tenacidade são as qualidades que mais se destacam. Me ensinou a dar o melhor em qualquer coisa que faça. Ele é o pacote completo". 

Ao completar 100 anos, o ator Kirk Douglas escreveu sua autobiografia junto com a esposa, Anne Douglas (98 anos). Batizada de ‘KIRK E ANNE: CARTAS DE AMOR, RISOS E UMA VIDA EM HOLLYWOOD’ (em tradução livre), o livro é marcado principalmente sobre os comentários de ambos sobre os affairs que mantiveram ao longo de seus 63 anos de casados. Em determinado trecho da publicação, Anne chega a afirmar que considera “surreal esperar fidelidade total em um casamento”. Antes de Anne, Kirk foi casado com a atriz Dianna Dill, mãe de seu filho ator Michael Douglas e do produtor Joel Douglas.

Galã dos anos 50, esse tesouro chamado Kirk, com 101 anos, em aparição raríssima em Beverly Hills é um sobrevivente, tanto de um acidente de avião quanto de um derrame, e continua a ser uma lenda viva em plena superação dos  100 anos de idade, ao lado de sua esposa, Anne Buydens, 98. E como se isso tudo não bastasse, ele é pai de outro grande astro do cinema: o ator Michael Douglas. Kirk pertence a uma  época de ouro. Só se destacava quem tivesse talento. Hoje, com todos os efeitos especiais e tecnologia, não sabemos direito se o ator tem talento ou são os efeitos especiais que predominam. Kirk Douglas foi muito mais ator que Michael. Fez dezenas de papéis memoráveis. E, mesmo assim, Michael tem um Oscar e ele não. Coisas de Hollywood...

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