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terça-feira, 23 de março de 2021

Miséria no Nordeste aumentou no Governo Bolsonaro, afirma jornal francês

Do Brasil247 - O jornal francês Le Monde desta segunda-feira (22) traz uma reportagem especial de seu correspondente no Brasil, Bruno Meyerfeld, que visitou o interior do estado do Pernambuco. Moradores ouvidos pelo diário afirmam que, com os cortes das ajudas sociais pelo governo de Bolsonaro, a miséria voltou a se instalar no Sertão nordestino.


A matéria do Le Monde destaca que nessa região do nordeste onde vivem 25 milhões de brasileiros, acreditou-se durante muito tempo era possível sair da pobreza. Mas a atual crise econômica da qual o Brasil é palco cria desilusões e castiga a terra de onde é natural o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 


O repórter Bruno Meyerfeld visitou a casa de moradores da comunidade de Quixabeira Helena, fundada por descendentes de escravos, onde "todos vivem abaixo da linha da pobreza e a grande maioria é analfabeta". Nos últimos tempos, a situação piorou, afirma o jornal.


"Bombardeio" de programas sociais

Entre 2003 e 2011, o líder petista encarnou uma grande batalha contra a miséria, "bombardeando o Sertão com programas sociais", como o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Fome Zero, Luz Para Todos, entre outros. A reportagem reitera que, naqueles tempos de crescimento econômico do Brasil, o PT abriu linhas de crédito, construiu um milhão de cisternas, financiou bolsas de estudos de jovens, subvencionou o preço dos medicamentos na farmácias e garantiu a aposentadoria de agricultores. "Em dez anos, a pobreza caiu pela metade", destaca Le Monde. 


No entanto, com a crise econômica em 2014, durante o segundo mandato de Dilma Rousseff, a região recomeçou a ser castigada. Quando Temer assumiu, depois que a ex-presidente foi destituída, os investimentos caíram vertiginosamente. "Mas a eleição de Bolsonaro foi pior do que tudo: o governo esqueceu totalmente essa região", explica a Le Monde Cicero Felix dos Santos, coordenador do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa). 


A matéria diz que as razões deste retrocesso são múltiplas, começando pela linha ultraliberal, hostil aos programas sociais do ministro da Economia Paulo Guedes. Mas, além disso, Bolsonaro prefere se aliar às ricas famílias do agronegócio do nordeste, influentes em Brasília e contra os pequenos agricultores. A reportagem cogita também uma última possibilidade: "punir uma região que vota tradicionalmente entre 80% e 90% para a esquerda brasileira". 


Bolsonaro x Lula

No entanto, Le Monde publica que, nos últimos tempos, Bolsonaro tenta correr atrás do prejuízo para conquistar o eleitorado da região, multiplicando viagens ao nordeste, inaugurando trechos da transposição do Rio São Francisco, prometendo água potável à população, posando para câmeras com chapéu de vaqueiro.

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