A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estimou hoje (10) ser possível eliminar a fome no mundo até 2030 com investimento de 239 bilhões de euros por ano.
"A mensagem do relatório é clara: se mantivermos o estado atual, teremos em 2030 mais de 650 milhões de pessoas sofrendo com a fome", declarou José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO, ao apresentar, em Roma, o relatório do Programa Alimentar Mundial e do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola.
O relatório estima que a eliminação da fome crônica "vai precisar de investimento total de cerca de US$ 267 bilhões (cerca de 239 bilhões de euros) por ano, durante os próximos 15 anos, ou seja: US$ 160 (143 euros) por ano e por pessoa que vive em situação de pobreza”, acrescentou Graziano.
"Dado que isso é mais ou menos o equivalente a 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, penso que o preço a pagar para erradicar a fome crônica é relativamente baixo", disse o diretor da FAO.
O relatório apresenta propostas de investimento combinadas com medidas de proteção social, nos meios rural e urbano. A maioria dos investimentos cabe ao setor privado, mas acompanhados de investimentos complementares do setor público em infraestruturas rurais, transportes, saúde e educação.
Nas zonas rurais, os investimentos públicos poderão ser em pequenos sistemas de irrigação e outras infraestruturas para beneficiar pequenos agricultores. Também poderão incluir a transformação de alimentos para reduzir o desperdício e as perdas durante as colheitas.
No meio urbano, os investimentos podem ser para empresas ou outras iniciativas, como o artesanato, além de contratos de trabalho justos, facilidades de crédito, habitação e serviços relacionados com a nutrição.
O trabalho foi elaborado por três agências da ONU especializadas no desenvolvimento agrícola e na luta contra a fome antes da realização da terceira conferência internacional sobre o financiamento para o desenvolvimento, que ocorrerá entre 13 e 16 de julho em Addis Abeba, capital da Etiópia.
Agência Brasil
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