Por Altamir Pinheiro
Sempre achei que um dos mais graves problemas dos municípios subdesenvolvidos é sua incompetência na descoberta dos seus verdadeiros inimigos e, entres eles, está a ignorância ou a falta de instrução de uma comunidade. Assim, por exemplo, os responsáveis pela nossa verdadeira pobreza não é apenas o assistencialismo governamental incompetente e interesseiro(leia-se: bolsa esmola), mas a falta de educação básica(leia-se: ensino fundamental), seja ela tanto no espaço físico em construção de colégios adequados quanto no seu conteúdo curricular propriamente dito. Afinal, O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele...
O inesquecível Ayrton Senna, mesmo morrendo prematuramente deixou um legado com a sua fundação que é comandada por sua irmã. O grande campeão costumava dizer o seguinte: “Se a gente quiser modificar alguma coisa, é pelas crianças que devemos começar. Devemos respeitar e educar nossas crianças para que o futuro dos municípios e do Brasil seja digno”.
A marcha da sabedoria de um município só pode alcançar a grandeza ao mesmo passo que avança sua educação. Daí, vem o pensamento pitagoriano que ao se educar uma leva de crianças, em termos de futuro, não será necessário castigar os homens...
A criança que lê desenvolve o senso crítico e melhora a escrita. Para tanto, devemos incutir em nossos alunos que o ensino como um todo é algo bom, natural, fácil e prazeroso e não exige esforços nem dificuldades, desde que a criança tenha uma cadeira para sentar, uma banca para escrever, uma “TIA” para lhe dá atenção e uma merenda digna e nos padrões higiênicos para se alimentar. Sendo assim, faz-se imprescindível que o convívio com os livros extrapole o desenvolvimento da sua escolarização e que o seu aprendizado passe a ser difundido com mais intensidade em sua escola. Agora, para isso é de fundamental importância que exista estrutura física, ambiente adequado para se desenvolver o potencial dessa criança.
Um município que tem gestor progressista de visão educacional futurista e uma secretária de educação que tem as ventas no seu devido lugar, sabe muito bem que, cada vez mais as escolas estão proporcionando ambientes saudáveis, com condições físicas e estruturais para o estudo, colaborando para a saúde e o conforto dos alunos, fatores que refletem no aprendizado e no seu desempenho. A arquitetura escolar tem como objetivo criar o espaço ideal e necessário para desenvolver as atividades escolares. A experiência da criança com o ambiente escolar é sempre marcante. A escola é de fato sua segunda casa, é um lugar onde se passa grande parte do dia. Até o final do ensino médio o aluno terá passado aproximadamente de 10 a 12 anos dentro de uma escola.
Certa vez ou quase sempre em conversa que mantenho com uma sobrinha, arquiteta, que presta serviços a uma empresa especializada na criação de projetos voltados para a área educacional(Portal Met@lica Construção Civil), dizia-me ela naquela oportunidade: Tio, Há uma carência no mercado da construção civil de profissionais que se dediquem e sejam especializados em arquitetura escolar. "A escola tem que ser pensada de forma diferente. É um tipo de edificação por onde todos nós passamos e, convivemos diariamente com pessoas diferentes de nós por mais de 10 anos de nossas vidas. Por isso, quando chamamos a escola de “SEGUNDA CASA”, não é um exagero. Os profissionais precisam interessar-se mais em pedagogia e educação, além, claro, da arquitetura", disse-me ela. O desafio maior da arquitetura escolar é tornar o ambiente interessante, aprazível e incentivador para os estudantes de forma que eles não encarem a escola como um purgatório, prisão ou masmorra, apenas cumprindo a rotina escolar mecanicamente. Mas, sendo realmente um lugar agradável e confortável e, de fato, sua segunda casa.
Para quem quiser e a quem interessar possa, eu fiz parte de uma equipe(a turma do Pau Pombo) que juntos participamos diretamente do embelezamento do aspecto natural e paisagístico, através do plantio de tapetes de grama esmeralda, árvores frondosas e palmeiras imperiais que implementamos no ambiente externo daquele novo e espaçoso colégio municipal possuidor de uma suntuosa estrutura de primeiro mundo(eu também, honestamente, ganhei meu dinheirinho ali....). Porém, mudando de um polo para outro, mas seguindo no mesmo eixo imaginário que me leva a estrada e ao mundo de Caetés, tenho uma ligeira impressão que o prefeito, Armando Duarte, quando pensou em construir aquele monumental e grandioso colégio, de repente, não mais que de repente, deve ter baixado o espírito do Papa nos seus miolos. Refiro-me, NÃO ao jesuíta argentino Jorge Mario Bergoglio, Papa Francisco, mas ao PAPA da literatura infantil, Monteiro Lobato, que dizia com todas as letras: Um país se faz com homens e livros...
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