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segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

O Morros dos Ventos Uivantes chegou aos 80 anos

Por Altamir Pinheiro

O Morro dos Ventos Uivantes, única obra da britânica Emily Bronte(morreu aos 30 anos de idade), é um dos romances mais bonitos e perturbadores que já existiu. Personagens fortes e intrigantes, Catherine e Heathcliff se tornaram quase como entidades, símbolos do amor intenso que dilacera o coração e sobrevive além do tempo e da morte. Transformada em filme, tendo como protagonistas o sombrio HEATHCLIFF (o admirável Laurence Olivier) e CATHY (a diva Merle Oberon),  esta clássica história de amor sublime e paixão arrebatadora, PARADOXALMENTE,  movido a ódio e vingança, tornou-se uma obra-prima do cinema, aclamada pela crítica e pelo público. Claro que o drama é geral, a dor é intensa e parece que tudo é só sofrimento, mas valeu a pena, pois levou  a bela  Merle Oberon  a ser a eterna Cathy de Heathcliff.

Registros de jornais dão conta que o   romance tem 34 capítulos, mas o premiadíssimo diretor William Wyler(3 oscars em 14 indicações)  só utiliza 16, porém exibe o  mais apaixonado enredo que poderíamos rotular de   estilo shakespeariano  ou  shakespereano aos moldes de Romeu e Julieta às avessas.  No desenrolar do filme, o ambiente sombrio e tempestuoso nos transmite um senso de mistério. Uma estória muito intensa e cativante. É uma narrativa sobre amor não correspondido e vingança.

O  Morro dos Ventos Uivantes é colocado como o 73° maior filme do cinema americano de todos os tempos segundo o American Film Institute, também é colocado como o 15° maior romance. Foi vencedor do Oscar de 1940 na categoria de Melhor Fotografia - Preto e Branco. Em 2007, O Morro dos Ventos Uivantes foi selecionado para preservação no National Film Registry dos Estados Unidos pela Biblioteca do Congresso como sendo "culturalmente, historicamente ou esteticamente significante".

A lenda exótica da atriz Merle Oberon  que nasceu na Índia, como descreve seu biógrafo Michael Korda: “Ela foi  uma das estrelas mais sofisticadas da década de 1930 e 40, uma sereia morena de características exóticas e olhos amendoados. Graciosa e assombrosamente bela. Em seu ápice, 1939, ela cativou o mundo no clássico romântico “O Morro dos Ventos Uivantes”, fazendo Cathy, o grande amor do Heathcliff de Laurence Olivier”.

O inglês Laurence Olivier que morreu aos 82 anos(1989),  é considerado por muitos como o maior ator inglês de todos os tempos. Agraciado com o título de sir em 1947, Laurence Olivier foi um dos mais carismáticos atores do século XX. Sua presença em palco fascinava o público e sua credibilidade como intérprete, no drama como na comédia, proporcionou-lhe grandes  êxitos na sua longa carreira. Olivier casou-se 4 vezes e  sua segunda   esposa  foi VIVIEN LEIGH que viveu a personagem Scarlet OHara no filme E O Vento Levou. O casamento durou 21 anos.

Que dupla infernal!!! Que livro,  que filme,  que música,  que atriz, que ator!!! Uma história na qual o ódio e o amor têm a mesma proporção, algo muito forte, tornando-se  dramático, romântico, doce, triste e sofrível. Eles praticam um amor confuso e sombrio que  mais parece obsessão, pois evidencia o lado humano de cada personagem, e lembra  que nem sempre escolhemos de quem gostar, até porque  a gente fica torcendo para o malvado. Mesmo assim, o filme mostra que a força do amor se mantém viva, através do ódio, do rancor, da desilusão. Definitivamente, podemos chamar O MORRO DOS VENTOS UIVANTES um tipo  de romance/filme cebola. Um amor além da vida. Ou seja,  além morte...

Um comentário:

  1. Há uma unanimidade entre os cinéfilos brasileiros (talvez mundial!!!) que um ano para definir o que de melhor foi produzido no cinema, inegavelmente seria o ano de 1939, Há oito décadas o cinema estreava produções que iriam marcar para sempre a sétima arte. FOI UMA SAFRA DE OURO, com destaque em todos os gêneros de filmes, consagrando diretores e artistas.

    Segundo os entendidos, a filmografia de 1939 permanece exata e fidedigna e muito forte no imaginário do público. Além de terem sido fenômenos de bilheteria, esses filmes se tornaram verdadeiras referências, paradigmas, do cinema de gênero realizado na época.

    Uma coisa é certa: para 1939 tudo era possível. Não havia limites para ousadia, foi o ano em que GRETA GARBO OFICIALMENTE RIU. Em “Ninotchka”, uma comédia romântica assinada por Billy Wilder, a eterna diva recebeu uma indicação ao Oscar mais foi desbancada por Vivien Leigh .

    P.S.: - Quem melhor definiu todo esse glamour dos finais dos anos 30 e a chegada de 1940 foi o cinéfilo Antonio Nahud residente em Natal(RN). Diz ele: “O que aconteceu naqueles dias foi um conjunto de coincidências que culminaram para que aquele ano fosse singular na história do cinema, fazendo, assim, 1939 como um ano de belíssimas produções. Para não exaltarmos apenas a grandiosidade de alguns filmes em especial, basta identificarmos um dado inimaginável: foram cerca de 483 produções lançadas naquele ano(mais de um filme por dia), e não faltavam estrelas: Merle Oberon, Clark Gable, Joan Crawford, Bette Davis, Greta Garbo, Gary Cooper, Cary Grant, Laurence Olivier, Vivien Leigh e tantas outras, disputando as bilheterias que renderam centenas de milhões de dólares.”

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