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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Gado morre de fome nos sertões de Pernambuco e Ceará


A dor que invade a barriga de muitas famílias pobres residindo em bolsões de miséria nas periferias das cidades não difere daquela que toma conta dos animais igualmente sem água para saciar a sede ou o alimento a fim de mitigar a fome. Nos sertões do Ceará e Pernambuco, o gado está morrendo de fome e sede. O que, antes, era apenas uma ameaça, tornou-se realidade e as conseqüências da seca já são dramáticas.

As chamadas chuvas das frutas nunca foram tão desejadas, mas não vieram este ano. Sem água não há pasto e os animais que se deitam por conta da fragilidade já não conseguem mais se levantar para saírem na busca do alimento que já não havia encontrado antes. O olhar deles entristece a qualquer um por tocar dentro da alma diante da idéia clara que pede algo para mitigar sua fome e sede.

A temperatura é cada vez mais elevada e os reservatórios estão secos. Os pequenos pecuaristas não têm mais o que fazer e já estão tomados pela tristeza de ver seu rebanho reduzindo a cada dia. Pior que isso: com a dor de quem vê o animal sentir vontade de comer e não ter o que dar para este. É como se ele sentisse, também, essa mesma dor da fome em sua barriga.

O gado espera o socorro que não vem até o momento de dar o último suspiro e ali deitar a cabeça e morrer num retrato triste e cruel que maltrata os animais e humilha o homem forte do sertão por se sentir enfraquecido. As áreas de pastos que, antes, representavam fartura transformaram-se num cemitério de animais. Um dos pecuaristas a conviver com esse drama é Djalma Cidrin, de 68 anos, dono da Fazenda Serrita no Pernambuco, que está deprimido e recolhido à sua residência.

Ela fica a uma distância de 6 km da divisa com o Ceará e 22 Km para o centro de Jardim. No início da estiagem o fazendeiro tinha rebanho de aproximadamente 1000 cabeças de gado. Hoje é bem menos, pois todos os dias morrem cerca de 20 animais. Domingo o empresário e pecuarista, Dedé Tavares, foi até lá ver a situação de perto com o genro e médico, Giovane Sampaio, que lamentou o fato de Djalma não ter conseguido captar empréstimo bancário para comprar ração e salvar o seu rebanho.
Demontier Tenório/Portal Miséria

2 comentários:

  1. Anônimo11/01/2012

    Súplica Cearense


    Oh! Deus, perdoe este pobre coitado
    Que de joelhos rezou um bocado
    Pedindo pra chuva cair sem parar

    Oh! Deus, será que o Senhor se zangou
    E só por isso o sol se arretirou
    Fazendo cair toda chuva que há

    Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
    Pedi pra chover, mas chover de mansinho
    Pra ver se nascia uma planta no chão

    Meu Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe,
    Eu acho que a culpa foi
    Desse pobre que nem sabe fazer oração

    Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água
    E ter-lhe pedido cheinho de mágoa
    Pro sol inclemente se arretirar

    Desculpe eu pedi a toda hora pra chegar o inverno
    Desculpe eu pedir para acabar com o inferno
    Que sempre queimou o meu Ceará
    Baixe o ringtone de músicas »

    http://www.vagalume.com.br/luiz-gonzaga/suplica-cearense.html#ixzz2AzE95v3t

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  2. Anônimo11/02/2012

    O problema não é a seca, e sim a falta de iniciativas públicas que ajudem e ensinem ao sertanejo humilde como conviver com a seca.

    Vozes da Seca
    Luíz Gonzaga

    Seu doutô os nordestino têm muita gratidão
    Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão
    Mas doutô uma esmola a um homem qui é são
    Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão
    É por isso que pidimo proteção a vosmicê
    Home pur nóis escuído para as rédias do pudê
    Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê
    Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê
    Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage
    Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage
    Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage
    Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage
    Se o doutô fizer assim salva o povo do sertão
    Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!
    Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão
    Como vê nosso distino mercê tem nas vossa mãos

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