deixa o nordeste ferido
que quadro tão humilhante
de levas de retirantes
partindo para distante
chorando desiludido.
Vaqueiro da região
vende perneira e gibão
dar de graça o alazão
depois chora arrependido.
Vai para o sul do país
mas não pensa em ser feliz
e entre soluços diz
adeus meu norte sofrido
e entre soluços diz
adeus nordeste querido.
Meu Deus outra vez a seca
humilhando o ser mais forte
trava uma luta pesada
vivendo entre a cruz e a espada
e a mão sempre estirada à palmatória da sorte.
Sofre pelos animais
e por solidões dos currais
solta aboios desiguais
desvirtuando o esporte
das juremas persistentes
entrançadas e resistentes
o chão duro, seco e quente
provocou a sua morte.
O homem reza ajoelhado
e se culpa de algum pecado
o que foi predeterminado
não há destino que corte.
Por descuido ou negligencia
ou falta de inteligência
vive em constante emergência
assim é meu norte"
"Estes versos são toadas dos poetas nordestinos, “Seu É” e “Didi” feitas na década de 70; mas que continuam atuais! Seu É e Didi são sobrinhos do Sr. Superpino Melo (In memoriam), e atualmente moram no município de Pedra, PE.
Nada mudou, a seca continua sendo a inimiga dos nordestinos. A seca continua sendo a máquina de fazer voto, pra quê acabar com ela?
Só por Deus conseguimos sobreviver a tantos descasos"!
Versos e texto são uma gentil colaboração ao blog Capoeiras, da Srª. Valdiene Santana, que também os compartilhou em parte, no Facebook.
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