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quarta-feira, 1 de junho de 2022

Cachês milionários pagos por prefeituras: a polêmica entre Zé Neto, Anitta e Gustavo Lima

DCM - O que era para ser somente um discurso imbecil do cantor Zé Neto, dupla de Cristiano, durante um show em Sorriso (MT), desencadeou uma grande discussão sobre o uso de dinheiro público para financiar shows de cantores sertanejos.


No dia 12 de maio, o artista usou alguns minutos de sua apresentação para ironizar a “tatuagem no toba” de Anitta e dizer que os sertanejos são artistas que “não dependem da Lei Rouanet”.


“Nós somos artistas que não dependemos de Lei Rouanet. Nosso cachê quem paga é o povo. A gente não precisa fazer tatuagem no toba para mostrar se a gente está bem ou mal. A gente simplesmente vem aqui e canta, e o Brasil inteiro canta com a gente”, afirmou.


Enquanto ataca a Rouanet, Zé Neto faz shows com verbas de prefeituras, inclusive em Sorriso, por R$ 400 mil. A declaração polêmica incentivou a abertura de investigações por parte do Ministério Público acerca de contratos supostamente não licitados com valores milionários.


Nas redes sociais, iniciou-se um movimento pedindo a abertura de uma “CPI do Sertanejo”. O assunto foi um dos mais comentados dos últimos dias, e o foco passou a ser o cantor Gusttavo Lima, que teve os maiores cachês revelados até agora.


A primeira ofensiva da Justiça contra Lima aconteceu na terça-feira passada, quando o MPRR (Ministério Público do Estado de Roraima) abriu uma investigação sobre a contratação do artista na cidade de São Luiz (RR), com cachê fixado em R$ 800 mil. O município possui 8 mil habitantes, 32% em extrema pobreza.


No dia seguinte, foi divulgado um cachê ainda maior para uma apresentação em outra cidade pequena. O valor da apresentação de Gusttavo em Magé (RJ) é de R$ 1 milhão. Nesta terça-feira (31), o Ministério Público do Rio de Janeiro abriu um inquérito para investigar irregularidades em gastos com a festa de aniversário de 457 anos do município, marcada para o dia 8 de junho.


Já em Conceição do Mato Dentro, cidade no interior de Minas Gerais com 17 mil habitantes, o show do cantor foi cancelado após a revelação do cachê absurdo de R$ 1,2 milhão, verba destinada à saúde e à educação.


Gusttavo Lima e seus colegas faturam com muito dinheiro público em um circuito altamente suspeito de prefeituras bolsonaristas.


No último domingo (29), o DCM adiantou que o sertanejo recebeu a bagatela de R$ 320 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) num fundo que, em tese, empresta dinheiro a pequenos e médios empreendedores do Brasil.


Na noite desta segunda-feira (30), o sertanejo apareceu chorando em uma live do Instagram, na qual falou sobre seus shows com cachês astronômicos em cidades pequenas e reclamou da “perseguição” que estaria sofrendo.


“Ultimamente eu venho levando tanta pancada, gente, mas tanta pancada, e venho aguentando calado tudo isso. Eu não sei o porquê de tanto ódio, o porquê de tanta perseguição”, disse.

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