| Dantas Suassuna, filho de Ariano Suassuna, no centro com camisa azul, Pedra do Reino |
Fizemos a viagem a convite do casal de amigos, Junior Almeida e Ranaise; ele escritor e conselheiro do Cariri Cangaço. O evento teve a coordenação do senhor Manoel Severo, e além das presenças de vários pesquisadores e durante os 04 dias contou com a ilustre participação de Manoel Dantas Suassuna (filho de Ariano Suassuna).
A Pedra do Reino que se tornou amplamente conhecida através do romance escrito por Ariano Suassuna; antes era chamada 'Pedra Bonita'. Localiza a cerca de 30 km da cidade, a Pedra do Reino é formada por rochas de granito, sendo as duas maiores em formato de torres com cerca de 30 metros de altura. No local, entre os dias 14 a 17/05/1838, morreram cerca de 80 pessoas, incluindo crianças; algumas mortes voluntarias (jogando-se de cima da pedra) e a maioria por decapitação, incluindo crianças. O massacre foi comandado por fanáticos religiosos ‘sebastianistas’ que esperavam a volta do Rei de Portugal, Dom Sebastião, morto numa batalha contra os mouros, na África, 270 anos antes.
Em frente às duas rochas que um dia foram lavadas com o sangue de cerca de 80 pessoas, hoje há grandes esculturas talhadas em pedra representando reis e rainhas do lugar, também Nossa Senhora, São José, e no centro Jesus Cristo, entre outros santos católicos
O Castelo Armorial é outra atração de São José do Belmonte, uma majestosa e imponente construção que chama a atenção de todos. Idealizado e construído por Clécio Novaes, o Castelo abriga um grande acervo de documentos, fotografias, esculturas, museu, e uma infinidade de obras que nos surpreende a cada momento nos três andares da magnífica obra arquitetônica. A construção e o acervo têm como inspiração o movimento armorial proposto pelo mestre Ariano Suassuna.
Em Belmonte, outra manifestação cultural de encher os olhos é a Cavalhada de Zeca Miron, evento que simboliza a luta entre cristãos e mouros. Realizada anualmente no último final de semana do mês de maio; tivemos o privilegio de assistir a uma apresentação encenada especialmente para os participantes do Cariri Cangaço. O grupo de bacamarteiros da cidade também demonstrou sua arte.
Ataque de Lampião. O município de São José do Belmonte ainda preserva importantes registros da época do cangaço no sertão pernambucano, como o imponente casarão no centro da cidade, construído no ano de 1912, e que pertenceu ao Coronel Luiz Gonzaga Ferraz, onde no ano de 1922 o coronel foi atacado por Lampião e seu bando, e executado em uma das dependências da casa que também foi saqueada pelos cangaceiros. Com permissão da atual proprietária, conhecemos o interior do casarão e o sótão onde o coronel ficou escondido antes de ser executado. Também conhecemos ruínas na fazenda Cristóvão que pertenceu a Ioiô Pereira, de onde Lampião e seus cangaceiros partiram para matar o coronel na casa dele na cidade de Belmonte.
Também na zona rural de São José do Belmonte, na serra do Catolé, num local de difícil acesso, conhecemos a ‘Casa de Pedra’ de Lampião, uma espécie de gruta formada por fenda entre grandes pedras, no alto da serra, onde o rei do cangaço ficou escondido se tratado do ferimento de um tiro que o atingiu no pé.
Na culinária de São José do Belmonte vale a pena saborear o mugunzá sertanejo, prato feito a base de feijão de corda, mugunzá (milho), carne suína, linguiça e mocotó. E também não pode deixar de saborear uma galinha de capoeiras servida no ‘Tempero do Reino’, um espaço construído de taipa, ao lado da famosa Pedra do Reino.
| Corredor no Castelo Armorial |
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| Bacamarteiro Clenio Novaes irmão de Clecio Novaes dono do Castelo Armorial posa ao lado de Manuel Severo, curador do Cariri Cangaço |

Meu caro Lourenço, foi uma grande honra te-lo conosco em mais essa Edição do Cariri Cangaço, receba nosso abraço,
ResponderExcluirManoel Severo
Cariri Cangaço