Este é um dos resultados da pesquisa feita pela Cofederação Nacional dos municípios (CNM) e divulgada nesta sexta-feira (10). O material foi levantado entre 8 de abril e 2 de maio. Os resultados são apresentados em dois estudos: uma análise de toda região e dados específicos por Estado. Dos 1.793 municípios abordados, 1.164 (65%), distribuídos nos nove estados responderam à pesquisa. Em Pernambuco, foram 144, correspondendo a 78% do total do Estado, que é de 184.
Segundo o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, as prefeituras dos municípios do Nordeste estão em situação tão complicada que não têm mais como responder à crise causada pela seca. Segundo ele, há uma falha na forma como os programas do governo funcionam. “Eles distribuem, fazem creches e doam caminhões, por exemplo, mas não pensam na manutenção. O problema dos municípios de Pernambuco é o custeio dos programas”, comenta.
De acordo com a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), o prejuízo chega a R$ 1,5 bilhão na pecuária, com 72% de queda na produção de leite devido à mortalidade de mais de 168 mil animais afetando fortemente economia da região. Segundo a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), dos 185, 151 estão com algum tipo de déficit no abastecimento e desses, 16 estão em colapso, abastecidos por carros-pipa. Desde o dia 1º de março, Recife e Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana, estão em sistema de racionamento, assim como outras cidades próximas da capital.
A seca de 2013 é a maior dos últimos 50 anos no Nordeste, com mais de 1.400 municípios afetados e 38% da população do Semiárido atingida, algo em torno de 9 milhões de habitantes.
Entre os que responderam à pesquisa em Pernambuco, 58% disseram ter perdido mais de cem cabeças do rebanho (bois, cabras e outros animais). Outros 19% disseram ter perdido entre 51 e 100 cabeças. A taxa de desemprego é de mais de 20% em 72% dos municípios e varia de 5 a 20% em 17% deles. Além disso, a migração de moradores para outros locais afeta 79% das cidades analisadas.
Entre as prefeituras, 67% disseram receber medicamentos para distribuir à população, mas apenas 36% dizem que a quantidade recebida é suficiente. O prejuízo estimado mensal é superior a R$ 100 mil em 67% dos locais e varia entre R$ 50 mil e R$ 100 mil em 22% deles. A ajuda do governo federal chega para aproximadamente metade das localidades (53%). Quanto à oferta de programas do Governo Federal, somente 4% dos municípios pernambucanos pesquisados indicaram que há frentes de trabalho promovidas pelo governo federal para enfrentamento dos problemas relacionados à seca.
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