O agricultor Heleno da Gama Teixeira, 51 anos, amasiado, suicidou-se na última segunda-feira (11), na sua residencia, no Sítio Lagoa Grande, zona rural de Capoeiras. A vitima utilizou uma corda amarrada nos caibros da casa para se enforcar.
Segundo a polícia, familiares informaram que a vitima já há algum tempo comentava que tentaria contra a própria vida, o que infelizmente se consumou na última segunda-feira.
Capoeiras, devido ao alto índice de suicídios já deveria ter colocado em prática um plano de ação preventiva desta prática e dar condições de dignidade aqueles que por motivos íntimos buscam realização do desejo através da morte.
ResponderExcluirAquele que buscar a morte, busca também reduzir o seu sofrimento, a não realização do desejo é o que o leva a morrer junto com ele.
É possível prevenir o suicídio, o que falta é uma fala que não se cale dentro dos caixões ou nas gargantes daqueles que se matam, algo além do pecado, já se fez hora de esquecer certas crendices e começar a pensar na saúde coletiva e no bem estar desta cidade.
Cada morte por suicídio realça mais ainda o fracasso de nossa Capoeiras.
Filhos que são esquecidos ao nascer, vivem uma vida de extrema solidão e desprezo, não encontraram algo diferente do que tiveram durante toda a vida, a morte real só marca o fim de algo que teve inicio com a morte simbólica.
Sem contar que parte das pessoas que cometem suicídio, apresentam algum tipo de transtorno mental, e digo com propriedade que nossas cidades de pequeno porte, levaram algum anos, se não décadas, para fazer nascer o desejo dentro daqueles que estão para morrer, esqueçam o mito de que quem quer se matar se mata, na verdade quem quer se matar, quer na verdade é acabar com um sofrimento, aprenda escutar, isso faz a diferença, lembre que as vezes a melhor fala é nosso silêncio para que o outro possa se encontrar e se refazer em um corpo que não sofre.
E em casos de desejo, suspeita ou tentativa de suicídio procuro o serviço de saúde mental de seu município, ou alguém de sua confiança, não tome nenhuma decisão precipitada sem antes esgotar todas as possibilidades, que são vastas e acolhedoras.
A morte nos olhos de uma pessoa velha assusta, mas existe algo ainda mais assustador, uma criança de oito, isso mesmo, oito anos de idade desistindo de uma vida que nem começou e já está para terminar.
E preciso amadurecer nossa mentalidade quando o sentido da morte, e buscarmos ainda, sentido em vida, não salvaremos todo o mundo, mas o mundo daqueles que salvamos ou salvaremos estará garantido.
Antônio Vieira