Pré-candidata ao governo de Pernambuco pelo PT, a vereadora do Recife Marília Arraes ganhou uma força adicional com a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que mesmo estando preso em Curitiba, em fincar o pé e manter-se como pré-candidato à Presidência da República. Esta decisão breca, de certa forma, a composição de alianças estaduais que visam um plano B na disputa pelo Planalto e o reforço dos palanques estaduais. apesar de ter chances reais de disputar um eventual segundo turno com governador Paulo Câmara (PSB), Marília pode acabar fora da disputa em função da possibilidade de uma aliança entre o PSB e o PT em nível nacional.
Prima do ex-governador Eduardo Campos e neta do ex-governador Miguel Arraes, Marília tem 15,5% das intenções de voto, segundo pesquisa do Instituto Múltipla, percentual semelhante ao do atual governador que deseja a reeleição, e à frente do senador Armando Monteiro Neto (PTB), que tem 14,5%. Apesar do desempenho surpreendente, a pré-candidatura de Marília, porém, vem enfrentando resistência de setores internos do próprio PT, especialmente do senador Humberto Costa (PE), que deseja uma aliança com o PSB.
Para a vereadora, o PSB, que vem tentando uma aproximação com o PT, está buscando uma aliança visando ter acesso ao tempo de televisão e a força política que Lula mantém no Estado. "Eles [o PSB] começaram a ficar desesperados para se aliar ao PT e, de quebra, retirar uma candidatura que vai para o segundo turno e ameaça o projeto de poder que eles têm no Estado", disse Marília ao jornalista Raymundo Costa, do Valor Econômico.
Apesar de se apresentar como a candidata do Lula, e da defesa da militância em torno de sua pré-candidatura, Marília é realista ao avaliar que uma aliança nacional poderá levar ao fim de sua corrida pelo Palácio do Campo das Princesas.
Para ela, o "objetivo da candidatura da gente é fazer a denúncia do que está acontecendo no Brasil, todas as candidaturas do PT têm como orientação fazer essa denúncia e defender o presidente Lula. Essa será uma campanha mais política do que eleitoral. O eleitoral vai ser consequência do trabalho político que for feito".
Internamente, em nível nacional, o PT avalia como difícil um possível apoio do PSB, especialmente no primeiro turno. Desta forma, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), já sinalizou que as pendências em Pernambuco sejam resolvidas internamente pelo próprio diretório pernambucano.
O assunto deverá ser resolvido em definitivo até o próximo dia 10 de junho, quando o PT promove um encontro estadual visando bater o martelo em relação às alianças e, também, sobre ter ou não uma candidatura própria ao Governo do Estado.
Fonte: www.brasil247.com
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