Por Altamir Pinheiro
STEVE MCQUEEN protagonizou um papel de um ex-soldado do Exército Confederado, personagem conhecido como JOSH RANDALL que se transformou em um ser temido, determinado e solitário caçador de recompensas. Esse personagem comum no Velho Oeste não era tolerado em muitas cidades e era visto com antipatia pela Justiça. Randall, ao invés do tradicional Colt 45, usava uma arma bastante estranha que era um rifle Winchester com dois canos, ambos cortados, e que disparavam cartuchos de diferentes calibres (.30 e .40). Medindo aproximadamente 50 cm, esse tipo de ESCOPETA é também chamado de PATADA DE MULA. Uma arma assim especial tinha também uma cartucheira especial que Josh Randall tanto carregava na cintura ou no ombro. E o caçador de recompensas manuseava a arma com incrível habilidade e pontaria certeira.
O cineasta, cinéfilo e pesquisador Darci Fonseca estudioso da biografia de STEVE MCQUEEN costuma afirmar que ele tinha a indiferença e frieza de Humphrey Bogart somadas porém à rebeldia de James Dean, isto nos conturbados anos 60 em que os jovens procuravam no cinema o que haviam encontrado na música com Bob Dylan e com os Beatles. Steve McQueen parecia ser essa resposta e seu amor pela velocidade completou uma das imagem mais perfeitas de uma época. Milhões de jovens no mundo inteiro tinham na parede o famoso poster de McQueen pilotando uma motocicleta alemã, foto extraída do filme “FUGINDO DO INFERNO”. Mesmo fazendo poucos westerns Steve é também lembrado como um cowboy, ainda que tenha declarado que não gostava muito de cavalos. Porém quando empunhou seu rifle(escopeta), colocou o surrado chapéu e saiu à caça dos bandidos Steve McQueen deixou uma marca muito forte e pode-se afirmar sem medo de errar que nunca houve um cowboy tão anti-herói como Steve McQueen.
Mais lembrado por seu papel em "PAPILLON" (1973), e uma série de outros filmes de ação. É considerado um dos maiores atores de todos os tempos. Em 1974, Steve McQueen se tornou o astro de cinema mais bem pago do mundo. Ele foi também um piloto ávido de motocicletas e carros de corridas. Passava os finais de semana competindo em corridas de moto. Steve também é lembrado por dispensar o uso de "dublês" em seus filmes, pois ele mesmo realizava as cenas de ação. McQueen continuou a se equilibrar entre o cinema e a TV até que tirou a sorte grande ao conseguir um dos principais papéis de SETE HOMENS E UM DESTINO(1960), faroeste clássico de John Sturges, com Yul Brynner comandando um elenco repleto de outros jovens candidatos a astros, como Robert Vaughn, James Coburn e Charles Bronson.
Durante quatro anos, de 1958 a 1961, Steve McQueen estrelou a série “PROCURADO VIVO OU MORTO” que era transmitido pela CBS sempre com ótima audiência. Esse programa transformou Steve McQueen numa celebridade interpretando o caçador de recompensas Josh Randall, sempre armado com sua famosa escopeta. Sucesso na televisão é quase uma garantia de melhores filmes em Hollywood e Steve McQueen atuou em “Quando Explodem as Paixões” com Frank Sinatra e fez o papel principal numa produção mediana intitulada “O Grande Roubo de St. Louis”. Em 1960 John Sturges estava compondo o cast para a versão norte-americana de “Os Sete Samurais” e chamou Steve McQueen para ser um dos sete homens desse western intitulado “Sete Homens e Um Destino”. Esse filme fez bastante sucesso nos Estados Unidos, e ainda bateu recordes de público em todos os países em que foi exibido, inclusive no Brasil. Depois de “Sete Homens e um Destino” Steve McQueen passou a ser um nome famoso também no cinema mas ainda não era o grande ídolo que estava destinado a ser.
Steve McQueen mesclou papeis de ação, como no filme de corrida de carros “AS 24 HORAS DE LE MANS”, com papeis como no drama "PAPILLON", demonstrando que, além de galã, era também bom ator. Depois de “O Inferno na Torre”, uma das melhores fitas de catástrofe realizada em 1974, onde dividiu a tela com ator do porte de Paul Newman. McQueen foi um grande aficionado da adrenalina, especialmente em automobilismo e motociclismo – no transcurso da carreira chegou a considerar seriamente converter-se em piloto de corrida. Foi amigo pessoal do mestre em artes marciais Bruce Lee, Casou-se com sua terceira e última esposa, Bárbara, em janeiro de 1980, dez meses antes de falecer.
O sucesso continuou em diversas películas bem acolhidas pelo público, com PAPILLON e logo após veio O INFERNO NA TORRE. No entanto, McQueen era um solitário por natureza e sua insociabilidade atingiu o ápice entre 1974 e 1978, quando preferia ficar trancado em casa, bebendo cerveja e engordando. Chegou a recusar convites milionários, como atuar em "Apocalypse Now", de Francis Ford Coppola ou trabalhar ao lado de SOPHIA LOREN. Seu único interesse eram os carros e chegou ao ponto de pedir a seu mecânico para ler os roteiros que recebia e mostrar a ele apenas os mais interessantes. Finalmente, voltou ao cinema no fracassado "O Inimigo do Povo" (1978). Sua última atuação foi no "Caçador Implacável" (1980), já debilitado pela doença que o levaria à morte.
Steve McQueen morreu em 07/11/1980 COM APENAS 50 ANOS DE IDADE, no "Tucson Medical Center" em Tucson (Arizona - EUA), vítima de uma ataque cardíaco (Infarto), após uma cirurgia para tratamento de "MESOTELIOMA" (câncer na membrana que envolve os pulmões), também chamada de "DOENÇA DO AMIANTO". Quando Steve faleceu, possuía sua própria empresa cinematográfica, a SOLAR e era um dos mais populares astros norte-americanos. O Corpo de Steve McQueen foi cremado e suas cinzas foram espalhadas no Oceano Pacífico, conforme sua vontade.
Assista ao trailer de um bom filme de guerra com esta cena histórica de uma das mais belas tomadas do cinema do meio motociclístico: Steve McQueen no filme "FUGINDO DO INFERNO", numa fuga mirabolante dos alemães. Uma grande cena que ficou marcada e reconhecida por grandes astros do cinema como a melhor tomada sobre duas rodas do antigo cinema. McQueen não usava dublês. Lembrando-se de que a cena se passa em 1963.
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