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quinta-feira, 13 de março de 2014

Eduardo Campos gastará R$ 100 milhões com propaganda em Pernambuco

A menos de 1 mês de deixar gestão para disputar Planalto, governador aumenta despesas com publicidade em 42,9%. Agências que lideram licitação atendem PSB; governo nega haver impedimento legal na possível contratação


A menos de um mês de deixar o cargo para se lançar à Presidência, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), está concluindo uma licitação de R$ 100 milhões em propaganda.

O valor deve ser aplicado em um ano e será o maior já gasto para divulgar os feitos de sua gestão desde que ele tomou posse, em 2007.

Até 2012, o governador de Pernambuco gastava R$ 55 milhões anuais com propaganda. No ano passado, reajustou o valor em 25%. Agora, o aumento será de 42,9%.

Metade dessa verba é dedicada à publicidade institucional do governo. Nos últimos cinco anos, a tarefa foi destinada à agência Link Bagg, do publicitário Edson Barbosa, marqueteiro de Campos.

Ao mesmo tempo em que atendia o Estado, sendo remunerado com recursos públicos, ele coordenou as campanhas eleitorais do governador e do prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB).

Além disso, produziu os programas do PSB na TV, incluindo as peças que apresentaram Campos ao eleitorado nacional como pré-candidato ao Planalto.

A nova concorrência chegou à sua fase final na última sexta-feira, com o julgamento das propostas técnicas.

A Link Bagg saiu na frente para continuar com a principal conta do Estado. Ficou em primeiro lugar para comandar a publicidade institucional, um contrato de R$ 50 milhões até o fim do ano.

Em 2013, a empresa recebeu R$ 42,5 milhões para realizar o serviço. A empresa e o governo afirmam não ver conflito de interesses ou impedimento legal na contratação.

O ranking das empresas que participam da licitação foi publicado no sábado pelo 'Diário Oficial' de Pernambuco. O Estado disse que ainda aguarda a entrega das propostas de preço para anunciar o resultado oficial.

O segundo lote da concorrência prevê R$ 25 milhões em publicidade de utilidade pública. Neste segmento, a disputa é liderada pela agência Blackninja, do cientista político Antonio Lavareda.

A exemplo da Link Bagg, a empresa aparece como favorita para manter uma conta que já comanda no governo. No ano passado, recebeu R$ 13,75 milhões, segundo informações da Casa Civil. Até 2012, ganhava R$ 11 milhões.

Lavareda também presta serviços de marketing para Campos. Nos últimos meses, coordenou pesquisas para o lançamento de Campos como pré-candidato à Presidência.

O governo não fazia uma licitação de publicidade desde 2008, quando a Link Bagg e a Blackninja assumiram suas contas. Desde então, os contratos foram prorrogados por meio de nove aditivos. O Estado afirma que isso é permitido desde que os serviços sejam satisfatórios.

Por Bernardo Mello Franco e Andréia Sadi / Folha de S. Paulo

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