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quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Há 12 anos Waldick Soriano canta apaixonados boleros lá no céu...


Por Altamir Pinheiro 

Waldick Soriano que ficou conhecido como o Frank Sinatra brasileiro, encantou-se há 12 anos e deve tá fazendo um sucesso danado lá no céu. Ele iniciou sua carreira artística com o lançamento, em 1960, do primeiro LP: QUEM ÉS TU. Fez enorme sucesso no começo dos anos 1970, quando protagonizou dois filmes e vários comerciais. Gravou aproximadamente 900 músicas, além de haver composto cerca de 500. Dono de voz única, sua música é dita por vezes como “piegas”, e chega mesmo a ser o símbolo do estilo que hoje, já sem a pesada conotação pejorativa de antigamente, chama-se de brega – e que na verdade passeia pelos boleros, tangos e choros. O Waldick  que conhecemos que encantou-se em setembro de 2008, aos 75 anos precisamente há uma dúzia de anos. O cara tinha em seus melosos boleros aquelas temáticas da vida noturna, bares sombrios, amores perdidos e puteiros que varavam toda uma  noite. 

Eurípedes Waldick Soriano foi um cantor e compositor brasileiro, ícone da música classificada como brega. O “fenômeno” Waldick  e a posição quase marginal que o ritmo “cafona” ocupou mereceu uma análise mais apurada e científica no livro escrito pelo historiador e jornalista Paulo César de Araújo, Intitulado “EU NÃO SOU CACHORRO, NÃO – Música popular cafona e ditadura militar” (Rio de Janeiro, Record, 2005), a obra traz, já em seu título, uma referência a este cantor e sua música de maior sucesso. Ali o autor contesta, de forma veemente, o papel de adesista ao regime de exceção implantado a ferro e fogo no Brasil pelos militares, por parte dos músicos “bregas”. Waldick, segundo ele, é um dos exemplos, tendo sua música “TORTURA DE AMOR” censurada em 1974, quando foi por ele reeditada. Apesar de ser uma composição de 1962, o regime não tolerava que se falasse a palavra “TORTURA”…  

O sucesso absoluto veio na década de 70, quando ele se tornou ícone da música conhecida como brega, mas que ele preferia dizer ROMÂNTICA. Suas canções eram tocadas nas rádios populares. Nesse período, sua presença era disputada por programas de televisão como o "Cassino do Chacrinha" e o "Programa Silvio Santos". O maior sucesso foi à música "EU NÃO SOU CACHORRO, NÃO", do disco "Ele Também Precisa de Carinho", lançado em 1972. O nome da música se tornou expressão popular no Brasil. Nos anos 90.  Soriano foi homenageado por Falcão, outro cantor da música brega, que regravou "Eu Não Sou Cachorro, Não" em inglês, na versão "I'M NOT DOG NO". 

No fim da primeira década do Século XXI, o cantor se mudou para Fortaleza, no Ceará e excursionou pelo Nordeste. Dois anos antes de morrer,  o artista foi tema do documentário "WALDICK, SEMPRE NO MEU CORAÇÃO", dirigido pela atriz Patrícia Pillar, que abordou a carreira e a vida íntima do artista no filme.  Em 2007, foram lançados pela Som Livre os CD e DVD "Waldick Soriano - Ao Vivo". O cantor se casou três vezes. Sua última mulher foi Walda Soriano, uma galegona ao molho pardo de dois metros de altura. Por natureza, Waldick era um manguaceiro nato e também  um mulherengo machista a toda prova. Waldick Soriano deixou uma das frases mais bem cunhadas nos anais da boemia e dos cabarés da vida: "Digo sempre que, cachaça moderada  e mulher em exagero  não fazem mal a ninguém"... 

Considerado também, pelos seus fãs, como o DURANGO KID brasileiro, Waldick Soriano cantou o amor visceral, aquele amor destrambelhado de  arrebentar a boca do balão. Cantor performático, muito atuante,   ele criou estilo próprio, inesquecível para cantar sentimento de amor entre o homem e uma mulher do sentimento amoroso às mazelas do cotidiano que envolvem os casais. A sua carreira musical deslanchou nos anos 50, com a música "QUEM ÉS TU?". Suas músicas se caracterizavam por tratar de relações amorosas, traições e de "dor de cotovelo". Assista ao vídeo logo abaixo e ouça a última vez que ele interpretou a canção Quem és tu?. 

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