Por Altamir Pinheiro

O grave em tudo isso é que muitas pessoas partem da premissa que se uma travesti está interpretando Jesus, ela está deturpando a imagem dele. Vejam o que a atriz travesti fala sobre o assunto: “Muito pelo contrário, fazemos com o maior respeito. A peça é pró-cristão. Fala sobre amor, tolerância, perdão, e fala como precisamos existir e conviver juntos”, afirma. E vai mais além: Esse é um tema que conheço diariamente. É muito importante normalizar e humanizar esses corpos trans. O Brasil é o país mais transfóbico do mundo. A vida média do trans é de 35 anos e do resto é de 70 anos. Nós acreditamos que podemos mudar essa realidade de violência em cima dos trans a partir do momento que eles comecem a conviver com a sociedade”, diz ela.
No que diz respeito a sua apresentação em pleno Festival de Inverno, o prefeito de Garanhuns proibiu a realização do espetáculo em prédio público, acertadamente, usando da prudência e da sensatez. Até porque, sua decisão foi como prefeito da cidade e não como simples cidadão que poderia ser tratado como uma pessoa ingênua que crê facilmente em tudo o que lhe é dito. De maneira acertada, o prefeito veio a público manifestar sua satisfação de ver e concordar com o clamor da sociedade de Garanhuns que exigiu através de um pedido expresso de respeito à fé cristã cultuada por essa mesma coletividade.
Para quem já assistiu acha que a peça não busca ofender cristãos, mas cria um questionamento sobre a falta de tolerância e respeito nos tempos atuais. Polêmicas à parte, a violência contra a população LGBT não se resume somente aos gays. Como se vê todos os dias nos noticiários de TV, esse tipo de intolerância e violência não existe apenas nos casos dos assombrosos números de morte, ela está também presente em uma sociedade que se recusa a reconhecer nome social, que insiste em chamar de “VIADO” e que se excita não somente em explorar sexualmente, mas também em espancar “O TRAVECO” até a morte. Quanta barbaridade!!!
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