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quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Zé de Sinhozinho completa 78 anos entre Caetés e Capoeiras

Uma vida dedicada a família e ao comercio, conhecido em toda região e até em outros Estados, este é José Manoel dos Santos – Zé de Sinhozinho como é conhecido; no domingo, 23/08/2020, ele completou 78 anos de idade.  Fundador da Vila que leva seu nome, localizada no entroncamento da BR-424 com a PE-193, Zé de Sinhozinho tornou-se uma referência para os municípios de Caetés e Capoeiras.

Nesta terça-feira, 25/08/2020, eu e o radialista Ernandes Oliveira estivemos no seu estabelecimento comercial; era próximo da hora do almoço e o encontramos trabalhando, abastecendo um freezer com refrigerantes.
Com Ernandes Oliveira
Casado há 65 anos com a senhora Josefa Alves dos Santos (Dona Lica), tiveram 12 filhos: Maria, Lourdes, Erudina (conhecida como Nicinha), Severino Gordo, Antônio, Teresinha e Andréa. (Cinco são falecidos). Completam a família ainda 15 netos e 08 bisnetos.

Seu pai Sinhozinho Santana era natural de Capoeiras, e sua mãe natural de Venturosa. Zé nasceu no Sítio Lagoa Rasa, zona rural de Caetés, lá cresceu, começou a trabalhar e constituiu família.

Naquela época a vida era difícil e Zé de Sinhozinho já trabalhava comercializando mercadorias que carregava em caçuás transportados no lombo de um jumento. Caminhava léguas pelos sítios. Vendia pão, banana, cachaça, entre outros produtos; pra não retornar com os caçuás vazios comprava garrafas vazias, ovos e galinhas.

A dureza da vida nunca desanimou o Nordestino Zé de Sinhozinho.

Contando sempre com Dona Lica, seu braço direito no trabalho e na vida, aos 30 anos já pai de alguns filhos, Zé de Sinhozinho se muda do Sitio Lagoa Rasa para o local onde reside e trabalha até hoje.

O filho de Sinhozinho Santana lembra que quando chegou para morar, o local era um grande buraco de onde foi retirado ‘material’ para aterrar a pista, então em construção. Ele afirma que passou a chamar o lugar de ‘Vila Araçá’ porque o Sítio Araçá fica próximo, e porque achava feio o nome ‘Vila Olheiros’. E que não lembra quando foi que o povo começou a chamar Vila Zé de Sinhozinho.

Ele construiu no local e montou uma bodega. Com a procura das pessoas por comida, ele passou a vender refeições. Naquela época ainda não tinha chegado energia elétrica, era a luz do ‘candeeiro’, e ele comprou a primeira geladeira a gás, novidade que fez aumentar a venda de bebidas. O comercio foi crescendo, a bodega ganhou sortimento; ‘Eu vendia de tudo, até rádio, bateria de carro, calçados'. – relembrou Zé de Sinhozinho, acrescentando que também vendeu muitas passagens de ônibus para São Paulo das empresas Itapemirim e São Geraldo, além da regional Jotude.
Severino Gordo e Paulinho (filho e neto de Zé)

Pai do atual vice-prefeito de Caetés, Severino Gordo e avô do vereador Paulinho, Zé de Sinhozinho indagado se nunca quis entrar para a política, respondeu que ‘não’. Disse que uma vez recebeu um convite para ser candidato a vice-prefeito, mas que até hoje não sabe se a proposta era séria ou foi uma brincadeira.

Nem caetés nem Capoeiras, apaixonado pelo lugar onde mora e pela família, o esposo de Dona Lica afirma que nunca pensou em sair dali, nem mesmo na época em que foi vítima de assaltantes e acabou alvejado com disparos de arma de fogo, e teve um dos braços amputado (isso há cerca de 35 anos).

Com a resignação de quem para sobreviver caminhou por veredas pedregosas ladeadas pela vegetação espinhenta da caatinga, Zé de Sinhozinho quando perguntado sobre o que os Governos poderiam fazer na Vila onde ele mora para melhorar a vida dos moradores, respondeu que não falta nada. No seu entendimento o que é mais importante hoje a Vila já tem, água de duas adutoras (Gurjão e Cajueiro), que hoje chega para os moradores.

Ele relatou ainda que tentou montar comercio na cidade de Capoeiras, mas que não deu certo.

Por fim o comerciante reclamou que o comercio atualmente está fraco, mas se diz otimista quanto ao futuro.

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